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Quinta, 01 de novembro de 2018, 10h54

Facebook perde espaço em mercados valiosos e diz que terá de investir para contornar problemas


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Em meio a uma crise de credibilidade sem precedentes, o Facebook registrou crescimento em seu lucro no terceiro trimestre, mas suas receitas – que também avançaram — ficaram abaixo das expectativas do mercado. Trata-se, no entendimento de analistas e investidores, de um sinal de que os escândalos de privacidade, vazamento de dados e outros problemas continuam a cobrar um preço da maior rede social do mundo.

Os lucros somaram US$ 5,14 bilhões no terceiro trimestre, alta de 9% em relação ao mesmo período de 2017. Isso equivale a US$ 1,76 por ação, acima do US$ 1,47 das projeções do mercado, segundo dados compilados pela Bloomberg. A receita, por sua vez, ficou em US$ 13,73 bilhões, contra US$ 13,8 bilhões das projeções de analistas. A cifra representa alta de 33% em relação ao mesmo período de 2017. Segundo a Reuters, o crescimento é o mais lento em seis anos.

“Talvez anunciantes estejam segurando o gasto em função de preocupações de segurança e proteção na plataforma”, escreveu Michael Nathanson, analista da Moffett Nathanson LLC, em nota enviada a investidores antes da divulgação dos resultados.

Usuários mensais ativos do Facebook totalizaram 2,27 bilhões — uma alta de 10% na comparação com o trimestre anterior. Três analistas ouvidos pela Bloomberg esperavam que o número de pessoas ficasse em 2,28 bilhões, em média. Segundo o site Recode, a principal dificuldade enfrentada pelo Facebook é que a redes social não está crescendo – e até encolhendo – nos mercados mais valiosos, como Estados Unidos, Canadá e Europa.

No continente europeu, o número de pessoas que acessam o site todos os dias caiu de 279 milhões para 278 milhões, enquanto os usuários mensais caíram de 376 milhões para 375 milhões.

É verdade que a base de usuários totais mantém curva de crescimento. Mas a maior parte dos novos seguidores vêm de mercados onde a empresa faz pouco ou nenhum dinheiro com essas pessoas, assinala o Recode. Cada usuário do Facebook nos Estados Unidos ou no Canadá gerou quase US$ 26 em receita para a empresa no segundo trimestre; individualmente, usuários na região Ásia-Pacífico geraram apenas US$ 2,62. Aqueles em outras partes do mundo, como a América do Sul ou a África, representaram ganho per capita de US$ 1,91 ao Facebook.

Um dos trunfos do Facebook para continuar crescendo e faturando mais é o Stories, serviço copiado do Snapchat, em que as postagens permanecem visíveis apenas por algum tempo. Ao comentar os resultados financeiros mais recentes da empresa, o CEO Mark Zuckerberg fez resgados elogios ao sistema, que na prática dá aos usuários o direito de enviar, de forma automática, uma memória do que publicam na rede social.

"Eu acho que este é o futuro", disse nesta semana o CEO do Facebook. Resta saber, diz o site especializado em comunicação, se a companhia consegue fazer do sistema um negócio rentável. E também se não vem carregado dos mesmos problemas que Zuckerberg não consegue resolver em seus outros produtos. Dificuldades estas sobre as quais ele foi novamente convocado a falar, no dia 27 de novembro, ao "grande comitê internacional" sobre "notícias falsas", composto parlamentares britânicos e canadenses. A chamada foi anteriormente desprezada pelo bilionário da tecnologia.

Rede social aprova anúncios falsos, até em nome da extinta Cambridge Analytica

Mas a maior preocupação de Zuckerberg deve ser a reação dos investidores diante da interminável sequência de escândalos que empurram cada vez mais para baixo a credibilidade da empresa. No caso dos anúncios, duas reportagens revelaram erros crassos na tão promotida transparência nas propagandas políticas, identificadas e marcadas por "Pago por".

Poucos dias antes das eleições legislativas de 2018, uma investigação da VICE News descobriu que o recurso é facilmente manipulado e parece permitir que qualquer pessoa minta quem está pagando por um anúncio político ou posar como alguém pagando pelo anúncio. Para testá-lo, o VICE News solicitou a compra de anúncios falsos em nome de todos os 100 senadores norte-americanos. Todos foram aceitos pelo Facebook, indicando que qualquer pessoa pode comprar um anúncio identificado em nome de algum político.

O Facebook também aprovou nos últimos dias dois anúncios políticos falsos “pagos” pela empresa Cambridge Analytica, protagonista do maior escândalo de vazamento de dados da rede social, revelado no começo deste ano. Os anúncios, na verdade, foram criados por jornalistas do site Business Insider. Horas depois, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, não pode evitar de deixar os investidores preocupados. Ele disse que os custos subirão em 2019 para enfrentar esse desafio, que o bilionário não consegue mais convencer que realmente serão superados.

ANJ




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