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Terça, 18 de dezembro de 2018, 13h07

Violência contra jornalistas em 2018 alcança níveis sem precedentes, diz RSF


O ano de 2018 registrou violência sem precedentes contra jornalistas, segundo balanço anual da ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF) divulgado nesta terça-feira (18). Após três anos de queda no número de abusos conta comunicadores, a organização registrou neste ano, até o momento, 80 jornalistas assassinados no exercício de sua profissão (contra 65 no ano passado), enquanto 348 estão atualmente detidos e 60 são reféns.

"A violência contra os jornalistas atinge um novo patamar este ano; todos os indicadores estão vermelhos", afirmou Christophe Deloire, secretário geral da RSF. "O ódio contra jornalistas, proferido ou até mesmo reivindicado por líderes políticos, religiosos ou empresários sem escrúpulos, tem consequências dramáticas em campo e se reflete em um aumento preocupante dos abusos contra jornalistas”, continuou. Deloire disse ainda que, disseminados pelas redes sociais, que têm grande responsabilidade nesse aspecto, esses sentimentos de ódio legitimam essa violência e “enfraquecem, um pouco mais a cada dia, o jornalismo e, com isso, a democracia.".

Entre as vítimas deste ano estão 63 jornalistas profissionais – o que representa um aumento de 15% –, 13 jornalistas não profissionais (contra sete em 2017) e quatro colaboradores dos meios de comunicação, informou a ONG com sede em Paris. Nos últimos 10 anos, mais de 700 jornalistas profissionais morreram, de acordo com a RSF. Mais da metade dos jornalistas mortos foram "visados deliberadamente e assassinados", casos do saudita Jamal Khashoggi, executado no consulado da Arábia Saudita em Istambul em 2 de outubro, e do eslovaco Jan Kuciak, morto em 21 de fevereiro.

O Afeganistão foi o país mais violento para os jornalistas este ano com 15 mortes, à frente da Síria, que ocupava o primeiro lugar desde 2012 e que registrou 11 assassinatos de jornalistas em 2018. A RSF também ressalta que quase metade dos jornalistas morreram em países em paz, como México (terceiro país mais violento, com nove jornalistas assassinados), Índia (seis mortos) e Estados Unidos (seis), que entrou no ranking sombrio após o tiroteio contra a redação do jornal Capital Gazette. No Brasil, a RSF registra o assassinato de quatro profissionais: Ueliton Bayer Brizon, do Jornal de Rondônia; Jefferson Pureza Lopes, da rádio Beira Rio FM de Goiás; Jairo Sousa, da Rádio Pérola (Pará); e Marlon Carvalho, das rádios Gazeta/Jacuipe, na Bahia.

Mais detenções

O número de jornalistas detidos também aumentou, destaca a RSF, com 348 contra 326 em 2017 (7% a mais), o que afeta especialmente os jornalistas não profissionais. Mais da metade dos jornalistas detidos em todo o planeta estão em apenas cinco países: Irã, Arábia Saudita, Egito, Turquia e China, a maior penitenciária de repórteres do mundo com 60 jornalistas presos, 75% deles não profissionais.

"Com o endurecimento da regulamentação para a internet, estes jornalistas são detidos, geralmente em condições desumanas, por um simples post ou uma informação publicada nas redes sociais ou em aplicativos de mensagens privadas", afirma a ONG. O número de reféns também aumentou, 11%, com 60 jornalistas sequestrados atualmente, contra 54 ano passado. Entre eles, 59 - incluindo seis estrangeiros - estão em cativeiro no Oriente Médio (Síria, Iraque e Iêmen).

A RSF também registrou três novos casos de jornalistas desaparecidos ao longo do ano, dois na América Latina e um na Rússia. A organização considera que um jornalista está desaparecido quando não há elementos suficientes para determinar se foi vítima de um homicídio ou de um sequestro e não aconteceu uma reivindicação considerada crível.

ANJ




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