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Duas importantes entidades internacionais de defesa à livre expressão e ao jornalismo recorreram esta semana à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA) na tentativa de dar um fim à repressão imposta pelo governo de Daniel Ortega à imprensa da Nicarágua.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) encaminhou correspondência ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, pedindo que a organização analise e adote as medidas necessárias para o cumprimento da Carta Democrática Interamericana na Nicarágua, informou o Portal Imprensa.
A SIP recordou que o Conselho Permanente da OEA aprovou, nos dias 18 de julho e 12 de setembro, resoluções referentes ao país centro-americano instando seu governo "a colocar fim aos atos de violência e violações de direitos humanos e a facilitar o diálogo nacional para colocar fim à crise".
Na carta, a presidente da SIP, María Elvira Domínguez, e o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da entidade, Roberto Rock, também informam que pediram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos a agilização do processo de medidas cautelares ao jornalista Carlos Fernando Chamorro, responsável pela revista Confidencial, cuja sede foi invadida por policiais esta semana.
A ONG Repórteres Sem Fronteira, relatou o Portal Imprensa, pediu que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, interceda o mais rapidamente possível junto a Ortega para "interromper as medidas arbitrárias contra a imprensa e restaurar o respeito à liberdade de imprensa no país". De acordo com a RSF, os ataques e a censura contra o jornalismo independente foram intensificados depois de novembro.
Evitando efeito dominó
O caso da Nicarágua, assim como o da Venezuela e o de outros países autoritários, segundo analistas, se mostra mais grave em um momento no qual há aumento na retórica contra a imprensa em todo o mundo, mesmo em democracias. “Os governos mais abertamente autoritários censuram com medidas diretas, como negar o papel o saquear uma redação”, diz Martín Caparrós, jornalista e novelista, colaborador do jornal The New York Times.
Outros mandatários, de países democráticos, como Donald Trump, dos Estados Unidos, preferem o ataque pessoal e o discurso agressivo com o objetivo de desqualificar a mídia. Todos são perigosos, afirma o jornalista, e precisam ser firmemente enfrentados. “Se um governo vê que outro consegue silenciar os que estão incomodando sem que isso custe caro, é provável que decida tentar a sorte fazendo o mesmo”, alertou.
ANJ
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