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Quarta, 20 de fevereiro de 2019, 04h37

Nada para beber e nenhum lugar para dormir para milhares que fugiram da Nigéria


Mais de 35 mil nigerianos cruzaram a fronteira para Camarões nas últimas semanas, após um surto de violência em torno da cidade nigeriana de Rann. Tendo chegado ao vilarejo de Goura, no noroeste de Camarões, eles precisam urgentemente de comida, abrigo e água, alerta a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), que lançou uma resposta de emergência.

“Eles saíram a pé muito cedo pela manhã – mulheres, crianças e idosos”, diz o coordenador adjunto de emergências de MSF, dr. Silas Adamou Moussa. “Quando fugiram, tiveram que deixar parentes idosos e doentes para trás. Eles trouxeram consigo o que possuíam, mas em Goura não tinham nada para beber e nenhum lugar para dormir. Eles foram deixados à sua própria sorte".

Os refugiados estão hospedados em um grande acampamento informal em Goura desde o final de janeiro. A maioria está dormindo ao ar livre, mesmo durante a temporada de tempestade de areia e com a temperatura caindo drasticamente à noite.

A incerteza sobre se esses refugiados serão reassentados ou devolvidos à Nigéria impede que a assistência humanitária seja tão completa e eficaz como deveria ser.

MSF montou uma clínica no campo. Nas últimas duas semanas, a equipe médica da organização forneceu mais de 400 consultas. Trinta e cinco por cento delas foram para doenças respiratórias infecciosas, seguidas por diarreia e conjuntivite, todos relacionados com as más condições de vida dos refugiados.

O acesso à água potável tem sido um grande problema no campo. MSF aumentou progressivamente sua provisão de água própria para consumo, juntamente com a de outros provedores, para 240.000 litros por dia. Isso equivale a 7 litros por pessoa por dia, o que ainda está muito abaixo do padrão mínimo de 15 litros para emergências.

"Esta não é a primeira vez que as pessoas de Rann tiveram que fugir para Camarões", diz o dr. Moussa. “Na primeira vez, algumas voltaram para casa depois de terem fugido, mas não desta vez. Elas não querem voltar a Rann, a menos que saibam que podem viver em segurança, mas o futuro delas é incerto. Elas têm medo. Seus filhos estão com medo”.

 




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