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Quarta, 24 de novembro de 2010, 07h00

Militares brasileiros no Haiti relatam dificuldade de conviver com a saudade da família


Nem a epidemia de cólera, nem os riscos de confrontos com manifestantes nas ruas de Porto Príncipe são maiores do que a saudade de casa para os militares brasileiros que participam da missão de paz no Haiti. É o que pensa o major Alexandre Ravanello, de Palmas (TO), integrante do 2º Batalhão de Infantaria do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), que está há 280 dias no país.

O retorno definitivo para o Brasil está marcado para o fim de fevereiro do ano que vem, mas ele aproveita as folgas na missão para rever a família. Nesses nove meses, esteve três vezes no Brasil. Antes do fim da missão, ainda se encontrará com a esposa e o filho de 9 anos em dezembro.

“Geralmente, a gente conta os dias. Faltam cerca de cinco semanas para eu revê-los novamente. Agora, na fase final da missão, o principal desafio é controlar a ansiedade de ir embora. Existem estudos que mostram que, nessa fase da missão, começa a diminuir a motivação”, disse Ravanello.

O subtenente Antônio Cesar Garcia, de 45 anos, chegou junto com o major Ravanello, com a missão de instalar o 2º Batalhão de Infantaria do Brasil na Minustah (Brabatt 2) semanas depois do terremoto que atingiu o Haiti em janeiro.

Além da saudade da mulher e do filho de 14 anos, o militar teve uma grande surpresa no período em que ficou fora de casa. Sua filha, de 17 anos, ganhou uma bolsa de estudos para estudar medicina na Rússia. “Foi um processo muito rápido. Quando me dei conta aqui no Haiti, ela já estava embarcando para Moscou, onde está agora cursando medicina, feliz da vida. Só que no processo, até ela ir, fiquei um pouco apreensivo”, conta Cesar, que já foi ao Brasil duas vezes.

Antes de retornar de vez ao Brasil, também no fim de fevereiro, espera ver a mulher e o filho no Natal, no país vizinho da República Dominicana. “Pena que a menina não vem. Só vou encontrá-la daqui a um ano”, disse o subtenente, que também encontra dificuldade em viver quase confinado à base militar, no Campo Charlie, em Porto Príncipe.

O sargento Edmilson de Souza Bravo, de 38 anos, que chegou ao Haiti em setembro deste ano para uma missão de seis meses, utiliza a internet para matar a saudade da mulher e dos dois filhos. “Sinto muita saudade da família, mas hoje, com os meios de comunicação, amenizo essa saudade no Skype, no MSN, no Voip e por telefone mesmo. Mas, a saudade é grande”, conta o militar, que ainda não voltou ao Brasil, mas espera poder embarcar no dia 9 de dezembro para passar 20 dias com a família.

O tenente Paulo Comunale, que trabalha como tradutor de francês da tropa, está apenas no início de uma longa missão, já que chegou no dia 22 agosto e só retorna definitivamente para o Brasil em setembro de 2011. “A gente vai suprindo da maneira como pode, por meio da internet e do telefone, mas nada supre o contato do dia a dia com a nossa família”, afirma.

A força de paz do Brasil no Haiti é composta por cerca de 2 mil homens, a maioria militares do Exército e fuzileiros navais.

ABr




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