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Segunda, 18 de abril de 2011, 08h13

Líbia nega uso de bombas banidas por convenção internacional


O governo da Líbia negou no ultimo sábado (16) que tenha atacado áreas residenciais de Misrata, no Oeste do país, com as chamadas bombas-cacho, proibidas por uma convenção internacional em mais de 100 países. A organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, que fez a denúncia na sexta-feira, disse que um de seus fotógrafos viu pelo menos três dessas armas explodirem sobre áreas civis da cidade, onde os combates permanecem intensos.

"Nós os desafiamos a mostrar as provas", disse o porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, negando as acusações da ONG. Segundo ele, se tais bombas tivessem sido usadas, sinais delas seriam notados durante dias ou semanas. "Sabemos que a comunidade internacional está vindo em massa para o nosso país, portanto, não podemos fazer isso [usar as bombas]. Não podemos fazer algo que vá nos incriminar, mesmo se for contra criminosos", acrescentou.

O repórter da BBC Jon Leyne, que está em Benghazi, disse que a bomba que a Líbia está sendo acusada de usar é uma MAT-120, produzida na Espanha antes do início da validade da convenção internacional que proíbe as bombas-cacho.

As bombas-cacho são banidas em 108 países por sua capacidade de causar danos indiscriminados. Esse tipo de explosivo carrega dentro de si explosivos menores, que são liberados à medida que a bomba percorre seu trajeto, espalhando-se por vastas áreas. Depois de lançada, a MAT-120 espalha 21 bombas menores.

Segundo Leyne, existem indícios de que as forças líbias estejam usando foguetes Grad, tecnicamente legais, mas com grande capacidade de destruição. Esses mísseis também são lançados a partir de uma plataforma, capaz de carregar 40 armamentos de uma só vez.

Os Grad estão sendo apontados como responsáveis por inúmeras mortes de civis líbios, incluindo as de oito pessoas que faziam fila para comprar pão quando foram atingidas.

A Líbia foi um dos países que não assinaram o documento, adotado em Dublin, na Irlanda, em 2008. Outros países, como os Estados Unidos, Israel, a Rússia, a China e o Brasil, ficaram de fora.

Neste sábado, novas explosões e trocas de tiros foram ouvidos em Misrata. Um morador da área de Qasr Ahmed disse à BBC que os ataques foram retomados às 6h30 da manhã no horário local.

Há cerca de dois meses os rebeldes têm resistido aos ataques de forças do governo à cidade portuária, um dos pontos estratégicos de contato da Líbia com o exterior.

Entretanto, há indícios de que essas forças têm usado armamentos pesados e tentado cortar a ligação de Misrata com o resto do país, uma das razões que têm levado diplomatas ocidentais a defender ações militares mais agressivas contra as tropas de Khadafi.

Na sexta-feira, o ministro de Defesa francês, Gerard Longuet, disse que o Conselho de Segurança das Nações Unidas precisa adotar nova resolução dando aos aliados mais poderes para atingir seus objetivos na Líbia. Após reunião de líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os Estados Unidos, o Reino Unido e a França emitiram uma carta conjunta afirmando que não haverá paz em território líbio enquanto o coronel Muamar Khadafi estiver no poder.

Uma repórter da BBC que conseguiu chegar à cidade por via marítima disse que os cortes de energia são diários e que os hospitais já não têm leitos para atender a tantas vítimas, entre as quais estão civis e crianças.

Em carta aberta publicada ontem, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediram que a Otan continue pressionando Khadafi e protegendo os civis líbios.

 




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