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Segunda, 30 de maio de 2011, 03h18

Mladic nega ter comandado massacre de Srebrenica


O general sérvio-bósnio Ratko Mladic nega ter ordenado o massacre de Srebrenica, em 1995, no qual 7,5 mil homens e meninos muçulmanos foram mortos, segundo afirmou ontem (29) seu filho, Darko Mladic.
O massacre, ocorrido durante a Guerra da Bósnia, foi considerado a maior atrocidade cometida na Europa desde a 2ª Guerra Mundial.
Mladic, preso na última quinta-feira (26) em um vilarejo no norte da Sérvia, depois de viver 16 anos como foragido, é acusado de ter comandado a ação em Srebrenica. Antes de ser detido, ele era um dos criminosos de guerra mais procurados do mundo.
"Ele disse que, seja o que for que tenha ocorrido em Srebrenica, não tem nada a ver com aquilo", afirmou Darko Mladic, depois de visitar o pai na detenção do Tribunal para Crimes de Guerra da Sérvia, em Belgrado. "Ele salvou tantas mulheres, crianças e combatentes (...). A sua ordem foi para, primeiramente, evacuar os feridos, mulheres e crianças e, depois, os combatentes. Quem quer que tenha feito algo às suas costas, ele não tem nada a ver com isso", disse.
A Justiça sérvia considerou Mladic apto para ser extraditado para Haia, na Holanda, sede do Tribunal Criminal Internacional para a Antiga Iugoslávia. A defesa do general tem até amanhã (30) para entrar com um recurso contra a decisão.
No entanto, o filho do general disse que, de acordo com diagnósticos médicos, ele não tem condições de saúde para ser mandado à Holanda. "Eu apelo ao tribunal de Haia, porque não quero que isso seja visto como uma tática de adiamento", disse Darko. Segundo ele, o pai precisa ser examinado por especialistas. "Eu somente acho que isso está de acordo com a lei: se o homem não é capaz, a extradição não pode ocorrer."
Quanto ao tempo em que Mladic esteve foragido, o presidente da Sérvia, Boris Tadic, disse à BBC que a investigação sobre o caso se estenderá a qualquer pessoa que tenha ajudado o general a escapar da Justiça. As declarações do filho de Mladic ocorrem no mesmo dia em que milhares de apoiadores do general organizam uma grande manifestação de apoio em frente ao prédio do Parlamento, em Belgrado, para protestar contra a prisão.
O general é tratado como um mito por muitos sérvios. Nas áreas sérvias da Bósnia, os moradores se mostraram descontentes com a detenção do militar.
O correspondente da BBC em Belgrado, Mark Lowen, afirma que o Partido Radical Sérvio, que organiza as manifestações, espera pessoas de todas as partes do país para participar do protesto.
Já o grupo de extremadireita 1389 convocou seus simpatizantes ao mostrar ao que chamou de "regime de traidores" que eles não têm medo de ameaças e de repressão e que estão prontos para defender "os heróis sérvios".
As autoridades sérvias aumentaram a segurança na capital do país devido aos protestos. O ministro do Interior, Ivica Dacic, disse que medidas foram tomadas para impedir violência por parte de grupos de extrema direita. Já na cidade bósnia de Kalinovik, onde nasceu Mladic, milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra a prisão. Segundo o correspondente da BBC na cidade, Nick Thorpe, a manifestação foi organizada por associações de veteranos sérvio-bósnios.
Thorpe afirma que a multidão entoou músicas nacionalistas sérvias, muitas da época da 2ª Guerra. Além de saudar Mladic, os manifestantes atacaram o presidente Tadic. O evento, no entanto, não teve a presença de líderes políticos.

 




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