Cuiabá | MT 28/03/2024
Saúde
Sexta, 30 de março de 2018, 22h37

UNAIDS pede mais compromisso político para acabar com epidemias de tuberculose e HIV


A tuberculose ainda é a infecção que mata o maior número de pessoas no mundo. Por dia, 4,5 mil indivíduos morrem por conta da doença. A patologia é também a principal causa de óbito entre quem vive com HIV, provocando uma a cada três mortes relacionadas à AIDS. No último 24 de março, Dia Mundial da Tuberculose, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) fez um apelo por mais esforços pelo fim da enfermidade.

“O mundo tem os recursos para acabar com as epidemias interligadas de tuberculose e HIV, mas falta compromisso político e ação”, disse o diretor-executivo da agência da ONU, Michel Sidibé.

“Líderes políticos, religiosos e da sociedade civil precisam se mobilizar para garantir o direito de respirar e viver livre da tuberculose e da AIDS.”

Em 2016, 1,7 milhão de pessoas morreram devido à tuberculose, incluindo cerca de 374 mil indivíduos vivendo com HIV.

O UNAIDS lembra que a tuberculose tem cura e pode ser evitada. Para contornar a doença, o programa da ONU recomenda uma abordagem integrada às respostas ao HIV. Ambas as estratégias enfrentam desafios semelhantes, como o acesso desigual aos serviços e a exclusão de populações mais marginalizadas das redes de atendimento.

Outros problemas incluem lacunas na prestação de serviços básicos de prevenção, diagnóstico e tratamento, bem como a falta de recursos para pesquisa e desenvolvimento.

Os números provam que, quando o sistemas de saúde são fortalecidos, o volume de infecções diminui. As mortes por tuberculose entre as pessoas que vivem com HIV caíram 33% entre 2005 e 2015, conforme a prevenção, o teste e o tratamento evoluíram e se expandiram.

Em setembro de 2018, líderes mundiais se reunirão nas Nações Unidas, em Nova Iorque, para a primeira Reunião de Alto Nível da ONU sobre Tuberculose. O encontro será uma oportunidade importante para que países adotem uma declaração política sobre a doença.

“A Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre Tuberculose pode dar o impulso político, social e financeiro necessário para acabar com a tuberculose”, acrescentou Sidibé. “Este ano pode ser o mais importante desde que Robert Koch descobriu a causa da tuberculose há 136 anos, mas somente se todos nós mostrarmos liderança.”

Uma resposta subfinanciada
Também neste mês, especialistas e lideranças políticas reuniram-se em Nova Délhi, na Índia, para discutir os atuais obstáculos à erradicação da tuberculose. Em conferência realizada nos dias 14 e 15 de março, participantes debateram caminhos para acabar com a epidemia até 2030 — prazo estipulado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, os ODS.

“O cumprimento das metas exigirá inovações, bem como novas ideias de implementação. A Índia está empenhada em apoiar os países vizinhos na luta contra a doença”, afirmou o ministro da Saúde e do Bem-Estar Familiar do país asiático, Jagat Prakash Nadda.

Em 2016, o déficit estimado de financiamento para os programas de tuberculose era de 2,3 bilhões de dólares em todo o mundo. Além disso, houve uma queda de 1,2 bilhão de dólares no orçamento de pesquisas científicas sobre a doença.

Para reverter esse cenário, o UNAIDS definiu cinco ações principais para seus parceiros:

- Dar um novo impulso para a resposta à tuberculose e ao HIV, incentivando os líderes políticos, religiosos e da sociedade civil a defender o direito universal de viver livre da tuberculose e do HIV, baseando-se nos direitos atuais, nos movimentos sociais e de saúde;

- Capacitar as comunidades para exigir seu direito à saúde. As comunidades afetadas devem pedir aos governos que melhorem seus padrões de vida, por meio do acesso a alimentos nutritivos, de esforços para diminuir a poluição do ar, da promoção da educação e também de um contexto econômico favorável, o que ajudará a reduzir o impacto da tuberculose e do HIV;

- Garantir direitos, promovendo uma prestação de serviço livre de discriminação para todos, especialmente para pessoas em maior risco de tuberculose e HIV, como crianças e populações marginalizadas. Um dos objetivos deve ser proteger as pessoas de cobranças elevadas pelos serviços de saúde. Para o UNAIDS, o cuidado deve ir além da saúde para incluir locais de trabalho e detenção seguros;

- Mobilizar ministros das finanças para abordar a saúde como um investimento, não como uma despesa. Embora as ações acima incluam alguns gastos financeiros, as avaliações sobre os retornos do investimento em saúde demonstraram seu valor de longo prazo para as sociedades e as economias. Uma resposta eficiente e eficaz ao HIV e à tuberculose exigirá trabalho em todos os ministérios e setores para a mobilização de financiamento doméstico suficiente, a fim de fortalecer os sistemas de saúde;

- Inovar em medicamentos e vacinas. Parcerias maiores entre os setores público e privado são necessárias urgentemente para acelerar a inovação que leva à descoberta, desenvolvimento e adoção rápida de novas técnicas para prevenir e tratar a tuberculose e o HIV, incluindo por meio de regimes de tratamento da tuberculose mais curtos e menos tóxicos.




Busca



Enquete

O Governo de MT começou a implantar o BRT entre VG e Cuiabá. Na sua opinião:

Será mais prático que o VLT
Vai resolver o problema do transporte público.
É uma alternativa temporaria.
  Resultado
Facebook Twitter Google+ RSS
Logo_azado

Plantão News.com.br - 2009 Todos os Direitos Reservados.

email:redacao@plantaonews.com.br / Fone: (65) 98431-3114