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Saúde
Sábado, 31 de março de 2018, 21h36

Ativista contra a hanseníase será homenageado pelo governo


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Em 33 anos de trabalho (desde 1985), mais de 1,1 milhão de hansenianos foram tratados no Brasil e, em 28 anos (a partir de 1990), mais de 1,55 milhão de pacientes com tuberculose foram atendidos. Somente em Mato Grosso, mais de 15 mil profissionais da área da saúde receberam qualificação para tratar de doentes com hanseníase. Esses são alguns dos números registrados na história de 40 anos de trabalho incansável pela cura e pelo resgate da dignidade de milhares de brasileiros acometidos com as duas doenças milenares, que já deveriam ter sido eliminadas no País.

Uma história que tem entre seus bravos personagens o enfermeiro alemão da Baviera, Manfred Robert Göbel, que em 31 de maio de 1979 chegou ao Brasil enviado pela DAHW, Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos, uma organização filantrópica sem fins lucrativos que tem a missão de ajudar os países em desenvolvimento a combater a pobreza, levar informação e assistência médica às pessoas carentes e combater a hanseníase. Manfred veio com a missão de trabalhar juntamente com o governo do Estado do Mato Grosso em prol do combate a hanseníase.

E foi no interior do Estado, em Rondonópolis, que Göbel começou sua missão. Percorreu as regiões mais pobres do Estado, aldeias indígenas e o pantanal levando informação e assistência médica aos enfermos que não tinham acesso à saúde. Em 1993, a DAHW, com o objetivo de ampliar suas ações no Estado, transferiu seu escritório para Cuiabá.

Em 40 anos de atuação, a DAHW apoiou financeiramente vários municípios do Estado e o Programa Estadual de Controle da Hanseníase e a Referência Estadual - CERMAC, os quais desenvolveram atividades de busca ativa, avaliação de contatos, prevenção de incapacidades, sapataria e Capacitações em Prevenção, Assistência e Diagnóstico nos 16 Escritórios Regionais de Saúde, totalizando mais de 15 mil profissionais qualificados nos municípios de Água Boa, Alta Floresta, Aripuanã, Barra do Garças, Barra do Bugres, Cáceres, Cuiabá, Canarana, Campo Verde, Campo Novo do Parecis, Chapada dos Guimarães, Diamantino, Guarantã do Norte, Indiavaí, Jaciara, Juína, Lucas do Rio Verde, Matupá, Marcelândia, Nobres, Nova Xavantina, Peixoto de Azevedo, Querência, Rondonópolis, Rosário Oeste, Sapezal, São José do Rio Claro, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra, Várzea Grande.

O apoio se estende a diversas outras Instituições que realizam Cursos de Geração de Renda, tais como IDEA-Brasil, Centro Popular Dorcelina Folador e Grupos de autocuidados. Esses cursos auxiliam o paciente e sua família na reinserção no mercado de trabalho e na economia de sua cidade.

A base da DAHW é o trabalho voluntário, que possibilita a ajuda em mais de 20 países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.

Uma justa homenagem

Essa é a frase que mais se ouviu entre os profissionais e autoridades da área da saúde que trabalharam, convivem, conhecem ou até mesmo por aqueles que ouviram falar sobre Manfred Göbel, após o anúncio por parte do governo do Estado da homenagem que o Estado vai realizar ao representante da DAHW Brasil, na próxima terça-feira, dia 03 de abril, às 18h, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá.

O evento será aberto pelo governador Pedro Taques e contará com a presença de membros da Secretaria de Estado da Saúde, do presidente da DAHW Alemanha, entre outros convidados. O objetivo é homenagear o trabalho filantrópico realizado por Manfred Göbel no combate à hanseníase, à tuberculose e à pobreza no Brasil e, em especial, no Estado do Mato Grosso.

A hanseníase no Brasil

Em 1991, o Brasil, juntamente com outros 122 países, assinou um pacto junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) para eliminação da hanseníase. Destes 122 países, apenas nove ainda não alcançaram esta meta em 2005. Hoje, o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em número de doentes e o primeiro na América Latina. Segundo a OMS, cerca de 11 milhões de pessoas no planeta foram curadas da hanseníase desde a data da assinatura do pacto de eliminação, em 1991. De acordo com a OMS, eliminar a hanseníase significa ter menos de um caso para cada 10 mil habitantes.

Eliminar a hanseníase é meta em Mato Grosso

O Sinan (Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde, informa que Mato Grosso registrou as maiores taxas de detecção de hanseníase do País. No ano de 2015, a taxa de detecção de novos casos da doença foi de 93,00/100.000 habitantes, totalizando 3.037 casos novos.

No ano de 2016 foram detectados 2.658 casos novos, correspondendo a uma taxa de detecção de 80,4/100.000 habitantes. No período de 2009 a 2016, Mato Grosso registrou 1.334 casos em crianças menores de 15 anos, correspondendo a 6% do total de casos registrados.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que os dados de pesquisa sobre a doença, relativos ao ano de 2017 ainda não foram concluídos e serão apresentados no final de do mês de maio de 2018. Dados preliminares do Ministério da Saúde indicam cerca de três mil novos casos de hanseníase notificados em Mato Grosso. Os dados oficiais ainda serão confirmados.

Durante o mês de março deste ano, o governo do Estado, por meio do Gabinete de Comunicação e da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Saúde, produziu uma campanha estadual de enfrentamento da hanseníase. A campanha ocorre após mais de uma década de apagão em termos de divulgação sobre o tema em Mato Grosso.

A campanha consiste na veiculação de um VT em emissoras de televisão, de um Spot de rádio, de full banner para a rede social e sites, de anúncio para jornal impresso e de confecção de folder do CERMAC (Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade).

Com caráter educativo, a campanha estadual destaca a prevenção da doença, informa os sintomas e sinais, orienta onde buscar o tratamento e enfatiza que a hanseníase tem cura e que pode ser tratada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da rede municipal de saúde.




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