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Saúde
Domingo, 17 de fevereiro de 2019, 08h34

OPAS organizará atividade de promoção do aleitamento materno em evento da IBFAN, no Rio


A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), escritório regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde, coordenará uma atividade de promoção do aleitamento materno durante um evento sobre o tema organizado pela Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network (IBFAN).

Com o apoio do Governo do Brasil, de universidades públicas e da OPAS, a IBFAN realizará no município do Rio de Janeiro, de 11 a 15 de novembro deste ano, a III Conferência Mundial de Aleitamento Materno (3rd WBC), a I Conferência Mundial de Alimentação Complementar (1st WCFC), o XV Encontro Nacional de Aleitamento Materno (XV ENAM) e o V Encontro Nacional de Alimentação Complementar Saudável (V ENACS).

A promoção do aleitamento materno é uma prioridade para a OPAS, tendo em vista que se relaciona de várias formas com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – com as quais o Brasil e outros 193 países se comprometeram em 2015.

No caso do ODS 1 (Fim da pobreza), a amamentação dá às crianças um melhor começo de vida, independentemente de ela nascer em um país de renda alta ou baixa ou que sua família seja rica ou pobre. Um estudo publicado no Lancet Global Health aponta que crianças amamentadas durante 12 meses em áreas urbanas do Brasil alcançaram na vida adulta rendimentos 33% mais altos do que os amamentados por menos de 12 meses.

Quanto ao ODS 2 (Fome zero), o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses ajuda a prevenir a fome, a desnutrição e a obesidade ao garantir todos os nutrientes e calorias necessárias para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Após esse período, a OPAS/OMS recomenda que a criança continue amamentando, junto com outros alimentos, por até dois anos ou mais.

O leite materno também contribui muito para o alcance do ODS 3 (Saúde e bem-estar). Uma pesquisa publicada no periódico The Lancet afirma que a amamentação está associada a uma redução de 13% na probabilidade de prevalência de sobrepeso e/ou obesidade e uma redução de 35% na incidência de diabetes tipo 2.

O mesmo estudo diz que o leite materno contribui para um aumento médio de três pontos no quociente de inteligência (QI). Outra evidência científica mostra que crianças amamentadas por um período superior a 12 meses em áreas urbanas do Brasil completaram um ano a mais de atividades educacionais em comparação com aqueles amamentados por menos de 12 meses. Ambas as conclusões colaboram para as metas do ODS 4 (Qualidade na educação).

O direito à amamentação e ordenha em locais públicos, que se relaciona com o ODS 5 (Igualdade de gênero), também deve ser garantido à toda a população. Quanto ao ODS 8 (Trabalho decente e crescimento econômico), somente dez de 38 países nas Américas (Belize, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Panamá, Peru e Venezuela) concedem pelo menos 14 semanas de licença-maternidade, conforme recomendado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Esse cenário pode ser um empecilho para que o aleitamento materno seja feito conforme as recomendações da OPAS/OMS. E é prejudicial também para a economia dos países.

Um estudo publicado no American Journal of Health Promotion mostra que mães que amamentam se abstêm menos do trabalho do que as que dão fórmula infantil aos filhos. Isso porque os problemas de saúde das crianças alimentadas com leite materno costumam ser menos frequentes e graves.

Além disso, no México, estima-se que os custos associados ao aleitamento materno inadequado em crianças nascidas em 2012 variam de 745,6 milhões a 2,41 bilhões de dólares (pesquisa "The costs of inadequate breastfeeding of infants in Mexico"). Já nos Estados Unidos o fardo da amamentação abaixo do recomendado é de 13 bilhões de dólares para crianças (excluindo-se os efeitos cognitivos) e de 17,4 bilhões de dólares para as mães (estudos "The burden of suboptimal breastfeeding in the United States: a pediatric cost analysis" e "Cost Analysis of Maternal Disease Associated With Suboptimal Breastfeeding").

Por fim, em relação ao ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima), o aleitamento materno aparece como uma fonte natural e sustentável de nutrição e subsistência, que não polui o meio ambiente e exige poucos recursos. Em contraste, as fórmulas infantis se somam às emissões de gás do efeito estufa em cada passo da produção, transporte, preparação e uso, além de gerarem lixo. Dessa forma, só devem ser consumidas se forem realmente necessárias.

Recomendações

A OPAS/OMS recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente pelo leite da mãe até os seis meses e que a amamentação continue acontecendo, junto com outros alimentos, por até dois anos ou mais.

O aumento do aleitamento materno para níveis quase universais poderia salvar a vida de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos de idade e 20 mil mulheres a cada ano. Poderia também adicionar um valor estimado de US$ 300 bilhões por ano na economia global, com base na melhoria de capacidade cognitiva se cada criança fosse amamentada até pelo menos seis meses de idade e no aumento do que ele poderia produzir ao longo da vida. Além disso, aumentar as taxas de aleitamento materno reduziria significativamente os custos das famílias e dos governos no tratamento de enfermidades infantis como pneumonia, diarreia e asma.

Dez passos

Em abril de 2018, a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publicaram novas orientações, com dez passos para aumentar o apoio ao aleitamento materno nas unidades de saúde que prestam serviços de maternidade e para recém-nascidos.

A publicação Ten Steps to Successful Breastfeeding (“Dez passos para o sucesso do aleitamento materno”, em português) sustenta a Iniciativa Hospital Amigo da Criança, lançada em 1991 pela OMS e UNICEF. Essas orientações práticas incentivam novas mães a amamentarem e informa os profissionais de saúde sobre a melhor forma de apoiar o aleitamento materno. 




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