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Agro
Sexta, 22 de setembro de 2017, 03h39

Avaliação Nacional de Vinhos: 25 anos de sucesso


Agosto sempre é um mês especial para a Embrapa Uva e Vinho, que faz a coordenação técnica e sedia as degustações dos vinhos da Avaliação Nacional de Vinhos, evento promovido pela Associação Brasileira de Enologia (ABE). Há 25 anos, o evento apresenta o melhor da produção vitivinícola brasileira. Em 2017, 120 enólogos avaliaram as 327 amostras de vinhos de 59 vinícolas, provenientes de seis estados diferentes (RS, MG, PR, SC, BA e SP). No próximo sábado, dia 23 de setembro, no Parque de Eventos Fundaparque, em Bento Gonçalves, 850 pessoas se reunirão para degustar os 16 vinhos selecionados nesse criterioso processo.

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A Avaliação é um evento que tem a finalidade de promover a qualidade e valorizar o vinho brasileiro, envolvendo os profissionais da enologia e viticultura, jornalistas especializados, empresários do setor e apreciadores da bebida.

Para Edegar Scortegagna, presidente da ABE e enólogo da Luiz Argenta Vinhos Finos, é possível identificar que “o vinho brasileiro tem crescido muito em qualidade; quando se fala com o consumidor, ele tem percebido esse crescimento, e isso nós vimos pela quantidade de eventos que surgiram em prol do vinho nacional”, avalia. Ele também pontua que a valorização do vinho brasileiro foi muito rápida, mas não acompanhou o crescimento do mercado, que está evoluindo lentamente. “Nós sentimos que com o tempo vamos atingir o nosso objetivo de fazer o consumidor brasileiro acreditar no produto nacional”, avalia o enólogo.

Para Mauro Celso Zanus, chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, nestes 25 anos a Avaliação Nacional de Vinhos se consolidou como o mais importante evento de vinhos do Brasil. Para os enólogos, através da fase de seleção dos vinhos, “é uma oportunidade de identificar as qualidades de cor, aroma e paladar que devem ser buscadas em cada tipo de vinho, do base espumante ao tinto tradicional. O desempenho das diferentes variedades de uvas, nas diferentes áreas de produção, também serve para selecionar os melhores sistemas de produção nas diferentes condições de clima e solo. Essas contribuições, entre outras, vêm fazendo a diferença para a melhoria da produção nacional. Para os apreciadores da bebida e jornalistas especialistas, a Avaliação serve para acompanhar as novidades, os destaques, a dinâmica e a evolução da produção nacional, construindo uma identidade e valorizando nossas áreas geográficas de produção, nossas vinícolas e sua tecnologia. Agora, fechando esses 25 anos, fica clara a percepção que o Brasil desenvolve uma vitivinicultura moderna, sem copiar modelos da Europa ou do Novo Mundo, aberta ao novo e adequada aos mercados.”

Para Adriano Miolo, enólogo e superintendente do Grupo Miolo, “esse é um evento em que se consegue avaliar um pouco do que é feito na vinicultura do Brasil. Podemos dizer que depois de 25 anos a Avaliação é um evento muito bem consolidado e que contribui muito para o desenvolvimento do vinho nacional”.Uma boa produção de vinhos também é resultado de uma boa safra. Na avaliação de Silvério Salvati, enólogo e produtor de uvas da Vinícola Salvati & Sirena, a safra 2017 “apresenta exemplares fantásticos, com pontuação excelente, e além de volume, tem boa qualidade. Fiquem atentos para essa safra”, destaca Salvati, animado com o resultado do trabalho de produtores e técnicos.

Os preparativos para o grande dia

Detalhes das atividades na Embrapa

Segundo o vice-presidente da ABE, o enólogo André Peres Júnior, a capacitação é fundamental para a boa avaliação dos diferentes vinhos submetidos ao evento. “Para bem avaliarmos diferentes vinhos, é necessária capacitação, por isso é função da ABE capacitar o enólogo para conhecer o mercado externo. Nós promovemos duas vezes por mês degustações temáticas para os nossos associados com vinhos do mundo inteiro, orientadas por especialistas, qualificando os enólogos e consequentemente, o vinho brasileiro”.

“Aprendizagem: esse é o principal resultado para as vinícolas que participam com amostras da Avaliação”, na visão de Daniel Salvador, enólogo da Vinícola Salvador.“ Segundo o profissional, a Avaliação Nacional de Vinhos “é sempre uma grande oportunidade de aprender porque colocar os vinhos à degustação de grandes profissionais brasileiros e, ao mesmo tempo, trocar informações a partir da variabilidade de amostras é um momento único. Por outro lado, a Avaliação sempre é uma surpresa porque a qualidade dos vinhos está intimamente ligada às condições climáticas da safra, o que pode mudar significativamente as variedades que vão compor as 16 mais representativas”.

Para Carlos Abarzua, enólogo da vinícola Geisse, o grande diferencial do evento é a evolução na qualidade dos vinhos. “Cada vez mais os vinhos vão aumentando sua qualidade, porque antigamente não se tinha toda esta tecnologia que se tem agora, tanto no campo quanto no mercado, o que tem ajudado bastante a evolução do vinho brasileiro. A Avaliação Nacional de Vinhos durante 25 anos tem proporcionado uma concorrência positiva aos produtores, para poder melhorar o próprio vinho e ter uma competitividade no mercado em um mundo globalizado. Há 25 anos não tínhamos tanto vinho importado como se tem agora, então nos obrigamos a melhorar muito a qualidade dos vinhos. E isso se há notado muito neste evento, especificamente pela evolução que tivemos nas variedades e na qualidade dos vinhos. Outra coisa que também se nota é a quantidade de amostras que havia antigamente e que há agora, mostrando um crescimento exponencial de produtos e qualidade.”

No dia 23 de setembro, os participantes poderão conferir na taça a qualidade dos 16 vinhos classificados, nas seguintes categorias: Branco Fino Seco Aromático - 2 amostras; Brancos Finos Secos Não Aromáticos - 3 amostras; Tintos Finos Secos - 7 amostras; Tinto Fino Seco Jovem - 1 amostra e Base para Espumante - 3 amostras. Uma comissão de seleção, composta por enólogos e especialistas de todo o país, vai comentar os vinhos mais representativos da Safra 2017. A cada amostra de vinhos apresentada, todos os participantes registram em uma ficha individual suas sensações visuais, olfativas e gustativas, podendo, em seguida, compará-las com a média dos degustadores convidados.

 




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