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Agro
Quarta, 11 de outubro de 2017, 00h31

Livro da Embrapa destaca a importância das abelhas para público infanto-juvenil


Bia era uma menina que não gostava de abelhas. Reação normal para uma criança que se sente ameaçada diante de uma picada dolorida. Ao perceber o temor da menina, a professora de ciências entende que é a hora de explicar a ela e aos demais alunos a importância que as abelhas desempenham para a produção de alimentos. Muitos não sabem, mas as abelhas têm responsabilidade direta no aumento da produtividade agrícola, já que cerca de 70% das plantas utilizadas no consumo humano dependem em certo grau da polinização. A ideia da jornalista da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Irene Santana, ao lançar o livro “A menina que não gostava de abelhas”, com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), é divulgar a importância da polinização para a agricultura, produção de alimentos e meio ambiente para o público estudantil, de forma a despertar nas crianças e adolescentes a admiração não apenas pelas abelhas, mas também por todo o universo científico que as rodeia.

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A obra apresenta, de forma lúdica e com muitas ilustrações, feitas pela designer formada na UnB, Ana Terra Fensterseifer, informações científicas acerca do processo de polinização, explicando a fundo como se dá a coleta de pólen e como os agentes polinizadores, entre os quais se destacam as abelhas, transferem esse pólen de uma flor para outra. O processo é explicado de forma didática, mas leve e atraente para manter a atenção e o interesse do público. “O intuito é que o livro possa complementar o conteúdo que as crianças aprendem na escola”, afirma a autora.

No livro, a jornalista ressalta a importância da polinização não apenas para a quantidade, mas para a qualidade dos alimentos que fazem parte da mesa dos brasileiros. Quase todo mundo conhece os benefícios do mel para a alimentação, mas, poucas pessoas sabem que das 141 espécies de plantas cultivadas no Brasil para uso na alimentação humana, produção animal, biodiesel e fibras, aproximadamente 60%, ou seja, 85 espécies dependem em diferentes graus da polinização animal.

Algumas frutas, como o maracujá, por exemplo, dependem 100% da polinização feita por abelhas. Mas, mesmo quando a dependência é leve ou moderada, ela é sempre uma aliada da produção de alimentos. Estima-se que o valor econômico da polinização feita por insetos, principalmente abelhas, corresponde a cerca de 10% da produção agrícola.

Com o livro, a Embrapa espera conquistar novos aliados na luta em prol da preservação de abelhas

A publicação do livro acontece em um momento importante, no qual o mundo inteiro, especialmente países da Europa e Estados Unidos, assiste atônito ao desaparecimento crescente de colônias da espécie mais utilizada para a polinização de plantas cultivadas, a Apis mellifera (abelha europeia). Essa espécie é a de maior incidência em nível mundial porque se adapta facilmente a diferentes ecossistemas, formas de manejo e é generalista na busca de recursos.

A redução crescente de populações de abelhas no mundo tem preocupado agricultores, apicultores e a população em geral. Por ser um fenômeno associado a várias causas, os cientistas têm tratado o problema como uma síndrome denominada de distúrbio do colapso das colônias (CCD, sigla em inglês).

A CCD ainda não é uma realidade no Brasil, mas já há casos de mortalidades em massa de colônias de Apis melífera, especialmente nos estados de São Paulo e Santa Catarina, que totalizam grandes perdas. O declínio de espécies de abelhas no Brasil e no mundo é um somatório de diversos problemas, entre os quais se destacam: uso inadequado de agrotóxicos, perda dos habitats naturais, ataques de predadores e pragas e mudanças climáticas.

Por isso, um dos principais objetivos do livro é chamar a atenção dos jovens leitores para o desaparecimento das abelhas. A Embrapa e instituições parceiras no Brasil e no exterior não têm medido esforços para definir e implementar ações e diretrizes em prol da preservação desses insetos.

O intuito da obra é trazer um novo segmento para esse debate: o público infanto-juvenil. “Esperamos conquistar novos e importantes aliados nessa batalha tão importante em prol da sobrevivência dos agentes polinizadores”, afirma Irene.

Para isso, são apresentadas no livro orientações de como manter a produtividade agrícola de forma sustentável sem prejudicar as abelhas, como por exemplo, conservar áreas de vegetação nativa próximas às de produção agrícola, cultivar plantas que atraiam os polinizadores e, em casos em que a aplicação de defensivos agrícolas seja realmente indispensável, fazer isso em horários não propícios à visitação de abelhas, entre outras.

De inimiga a defensora?

Além da professora de ciências, Bia conta também com o apoio do pai na divulgação dos benefícios proporcionados pelas abelhas como agentes polinizadores. Mas, será que depois de tudo isso a menina continua com medo desses insetos ou se torna amiga das abelhas? Talvez, quem sabe, uma defensora contumaz?!

Será que conhecer melhor o mundo das abelhas influencia o futuro de Bia? Pode ser que o interesse pela vida e papel desses polinizadores tenha despertado nela uma nova vocação, quem sabe pela ciência? Será?

Para saber o final, só lendo o livro. Afinal, não estamos aqui para dar spoiler. Para adquiri-lo, você pode entrar em contato com o Núcleo de Comunicação Organizacional da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia pelo e-mail: cenargen.nco@embrapa.br ou pelo telefone: (61) 3448-4770. Os primeiros 500 exemplares serão distribuídos gratuitamente. Depois, o livro será vendiso na Livraria da Embrapa. 




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