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Agro
Sexta, 27 de outubro de 2017, 07h01

Conhecendo os solos da Ilha de Trindade


Foto: Carlos Schaefer
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No Brasil, existe um grupo de estudiosos que pesquisa o ambiente (aves, animais marinhos etc.) das ilhas oceânicas, como o Atol das Rocas, Fernando de Noronha e Trindade. Nesta última, a Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) é parceira do Instituto de Geociências (IGC), da UFMG, e da Universidade Federal de Viçosa nos estudos do solo. A pesquisa engloba temas como a fosfatização de rochas e solos, o endemismo nos solos e fitólitos (concreção pedregosa que se encontra em algumas plantas), por exemplo.

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O resultado de parte desse trabalho será exibido em evento para convidados na biblioteca da Embrapa Solos, no dia 31 de outubro, com direito à exibição de vídeo sobre Trindade. “A parceria com esse grupo da UFMG vem desde o meu doutorado (2002/2006)", conta a pesquisadora da Embrapa Solos Eliane Clemente. "Nossa colaboração aconteceu também em trabalhos de laboratório e micromorfologia do solo".

Sobre a fosfatização, o foco está em superfícies que naturalmente não são ricas em fósforo e que passaram a ser devido à interferência biológica, sobretudo de aves, os solos ornitogênicos. Não há vida no planeta se não houver fósforo. Esses solos e rochas fosfatizados são etapas fundamentais na ciclagem biogeoquímica desse elemento.

"Os solos de Trindade são muito diferenciados dos do continente. Há muito que explorar, são solos de origem vulcânica, amorfos", conclui Eliane. Tão diferentes, que há alguns anos o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e ex-pedólogo (estudioso do solo no seu ambiente) da Embrapa Solos Paulo Klinger Jacomine esteve na ilha coletando amostras de solo a fim de classificá-las.

Por sinal, no que seria sua primeira visita a Trindade, em 2002, Eliane passou por experiência curiosa. “Quando estava prestes a embarcar, no Rio de Janeiro, fui avisada pelo comandante do barco que não poderia viajar. Eu era a única mulher da tripulação e as cabines eram para três pessoas”, recorda a pesquisadora. Como Eliane teria que ter uma cabine própria a tripulação não poderia se dar ao luxo de “desperdiçar” uma habitação para apenas uma pessoa.

A Ilha fica a 1.167 quilômetros da costa de Vitória (ES), são quatro dias de barco para chegar, com apenas dois dias de permanência. Alguns estudantes de pós-graduação conseguem autorização para passar até dois meses no local.

Essa pesquisa é parte do Programa de Pesquisas Científicas na Ilha da Trindade (Protrindade), coordenado pela Marinha do Brasil, com financiamento do CNPq, que apoia pesquisas na Ilha da Trindade, a fim de estimular sua ocupação.

A ilha

Com cerca de 10 quilômetros de extensão, Trindade é a ilha oceânica brasileira mais distante da costa. A ilha é fortemente acidentada, com elevações que atingem até 600 metros. Devido à sua origem vulcânica, conta com grande presença de lavas, cinzas e areias. A última erupção vulcânica foi registrada há cerca de 50 mil anos.

A ilha foi coberta por floresta tropical, segundo relatos feitos por navegantes dos séculos 17 e 18. Atualmente, é revestida por gramíneas e ervas, além de possuir uma floresta de samambaias gigantes, com árvores que podem chegar a seis metros de altura. A temperatura média anual é de 24ºC, com chuvas breves quase todos os dias, principalmente no verão. A fauna local é composta principalmente por aves, caranguejos e tartarugas marinhas e a água do entorno possui peixes e lagostas.

 




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