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Agro
Segunda, 20 de novembro de 2017, 10h13

Projeto alinha atividades sustentáveis para resgate do cultivo de alho no Piauí


Em seu segundo ano de execução, o projeto que desenvolve ações relacionadas ao fortalecimento do cultivo de alho, e que já chegou a 16 municípios do Piauí, pode ser considerado um caso de sucesso. Segundo avaliação do coordenador do Projeto de Revitalização da Cultura de Alho no Piauí, o balanço desse período pode ser dimensionado a partir de duas importantes vertentes: o uso de tecnologias modernas na produção comercial de alho nas regiões produtoras e a criação da Associação Piauiense dos Produtores de Alho (APPA).

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“Há produtores que já voltaram a ter renda com a venda do alho, uma cultura que havia sido abandonada pela gradual perda de qualidade do material e, consequentemente, da competitividade, uma situação que algumas das atividades previstas pelo projeto estão conseguindo reverter”, destaca o pesquisador da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) Francisco Resende. Sob a coordenação do pesquisador, os trabalhos tiveram início em 2016, com conclusão prevista para o final de 2019, conforme contrato celebrado em 2015 entre a Embrapa Hortaliças e o Sebrae-PI.

Entre as linhas gerais do trabalho, o pesquisador chama a atenção para o esforço concentrado que está sendo empreendido no sentido de ser alcançada a autossuficiência na produção de alho-semente, “uma questão essencial para a sustentabilidade do cultivo de alho na região, principal foco do projeto”.

“Quando o assunto é produção de alho, temos que levar em consideração a necessidade de o agricultor formar um estoque próprio de sementes para que ele tenha condições de produzir e obter renda na comercialização”, observa Resende, acrescentando que “essa formação costuma levar um, dois, às vezes três anos”.

Enquanto os bancos de alho-semente livre de vírus implantados nas regiões não fornecem quantidades suficientes para formar os estoques locais e suportarem uma produção comercial em maior escala, os produtores têm sido supridos pelo município baiano de Cristópolis. Os produtores estão sendo contemplados com pequenas quantidades de sementes – quatro, cinco e até 10 réstias –, plantadas para garantir a formação de estoques iniciais até serem integralmente supridos pelas unidades locais de multiplicação de alho-semente livre de vírus. Para viabilizar o comércio entre produtores baianos e piauienses na aquisição do alho-semente, vale destacar o papel desempenhado pela APPA, que atua em sintonia com as linhas do projeto voltado à revitalização da cultura do alho no Piauí.

Para José Airton Carvalho, presidente da associação, a retomada do cultivo de alho na região só foi possível com o conhecimento de novas técnicas de manejo, que têm permitido produzir de maneira economicamente sustentável. “A tecnologia introduzida pela Embrapa Hortaliças fez a diferença: com a produção de sementes em telados, o agricultor sente-se mais seguro para produzir um alho com mais qualidade, e sempre podemos contar com as orientações do doutor Francisco”, salienta Carvalho.

A associação já conta com 188 associados de diversas localidades, incluindo potenciais municípios produtores, que no momento investem na multiplicação de alho-semente, a exemplo do município de Ipiranga, com perspectivas de serem instaladas áreas comerciais de produção a partir do próximo ano. “A ideia é fortalecer a APPA para levar adiante esse tipo de ação após o encerramento das atividades elencadas no projeto”, acentua Resende, que reconhece tratar-se de um processo gradual que pode levar até dez anos para ser consolidado, como ocorreu na Bahia (https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/1471641/com-alho-livre-de-virus-a-producao-de-cristopolisba-triplicou-em-dez-anos), “mas a tendência é manter funcionando a estrutura de produção de sementes e com isso consolidar o cultivo de alho no Piauí”.

Além da Embrapa Hortaliças, o projeto conta com a participação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

 




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