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Agro
Terça, 31 de julho de 2018, 08h04

Técnicos instalam unidades de monitoramento da monilíase do cacaueiro no Acre


Propriedades com plantio de cacau e de cupuaçu do Acre são monitoradas por profissionais da Embrapa e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), para conferir se há ocorrência da monilíase do cacaueiro, doença que pode chegar ao Brasil pelas regiões de fronteira com Peru e Bolívia, onde já foi identificada.

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A primeira unidade de monitoramento foi instalada esse mês, em uma propriedade rural na divisa com Rondônia, onde existem 3,5 mil pés de cacau. A próxima será instalada no mês de agosto, na fazenda Nova Olinda, em Sena Madureira (AC), propriedade com cerca de 450 hectares plantados com cacau. Instalado há 30 anos, o cultivo tem 15 mil plantas.

“Realizamos visita de campo, em que verificamos quais pragas estão presentes e retornamos nessas propriedades a cada quatro meses para checar se há ocorrência da monilíase. O estado do Acre é considerado pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) como ponto mais vulnerável à doença devido à proximidade com áreas de fronteira”, afirma o pesquisador da Embrapa Acre, Amauri Siviero.

Além das ações de monitoramento, as instituições investem em atividades educativas. No dia 11 de julho, foi realizado ciclo de palestra na Escola Família Agrícola (EFA) Jean Piaget Mingnam, localizada distrito de Nova Califórnia, município de Porto Velho (RO). Os estudantes são filhos de agricultores do projeto Reca, que conta com plantios de cupuaçu em Sistemas Agroflorestais.

“Cerca de 70 alunos se interessaram não só pelos sintomas da monilíase, mas também pelas formas de controle da vassoura de bruxa e da podridão parda, pragas que podem ocorrer tanto no cacaueiro quanto no cupuaçuzeiro”, conta Siviero, que ministrou umas das palestras.

O coordenador de Educação Sanitária Vegetal do Idaf, Samuel Almeida da Luz, falou sobre ações de defesa fitossanitária com ênfase nos cultivos de cupuaçu e cacau. Os fiscais do Idaf também distribuíram fôlderes no posto fiscal Tucandeira, situado na divisa do Acre e Rondônia.

De acordo com Luz, frutos suspeitos não devem ser colhidos nem manipulados. “Os produtores que encontrarem frutos com manchas escuras, manchas amareladas em frutos verdes ou manchas verdes em frutos amarelo e com uma intensa formação de esporos brancos que tendem a bege, devem entrar em contato com o Mapa ou Idaf que nós vamos fazer a vistoria e se for realmente caso suspeito a gente faz a coleta de acordo com a normas vigentes. Desde 2014 o Idaf monitora os municípios acreanos mais susceptíveis a entrada da monilíase e até agora não foi encontrado nada, mas a população precisa estar atenta.” esclarece.

Entenda a praga

Conforme estudo realizado pelo Mapa e Embrapa, a monilíase está entre as 20 pragas quarentenárias ausentes do território brasileiro, consideradas prioritárias para ações de vigilância e pesquisa, em função do risco iminente de entrada no País e dos prejuízos econômicos que pode causar à agricultura nacional. A praga possui elevado potencial de destruição e ocorrência em áreas próximas do País, especialmente em regiões fronteiriças.

Causada pelo fungo Moniliophthora roreri, é facilmente disseminada pelo vento e por materiais infectados como plantas, roupas, sementes e embalagens. Além das manchas, os frutos ficam com uma camada esbranquiçada e tendem a secar. As perdas na produção de cacau e cupuaçu variam de 50% a 100%, com sérios prejuízos para os agricultores.

Detectada na Bolívia e Peru, a doença ocorre também no Equador, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Venezuela e outros países do continente americano. Diligências realizadas pelo Instituto de Defesa Agroflorestal do Acre (Idaf) indicaram a presença da monilíase em plantações de cacau na cidade de Cobija, há 50 quilômetros de Brasileia.

As medidas preventivas de defesa vegetal para evitar a chegada da doença às plantações brasileiras são realizadas por meio de projeto financiado pelo Mapa, em que a Embrapa executará ações estratégicas para conter a doença. Até 2020, serão investidos 300 mil reais em atividades de monitoramento em áreas fronteiriças, procedimentos laboratoriais para diagnóstico do problema e promoção de práticas de educação fitossanitária.




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