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Agro
Sábado, 27 de outubro de 2018, 09h45

Projeto regional de inclusão geodigital inicia atividades no Amapá


Tablet à mão, muita curiosidade e troca de conhecimentos. Foi assim o clima da oficina participativa, entre alunos concluintes do curso Técnico em Agropecuária da Escola Família Agrícola do Pacuí (Macapá-AP) e a equipe da Embrapa que deu início às atividades de campo do projeto “Inclusão Geodigital e Gestão Territorial de Unidades de Produção de Base Familiar (IGGTS)” no estado do Amapá. Por meio deste projeto, será desenvolvido um sistema web de gestão e administração de propriedade rural, a partir de índices e parâmetros que sirvam para medir os níveis de sustentabilidade da unidade produtiva familiar.

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A ideia é que os próprios jovens filhos de produtores rurais, principalmente os estudantes de escolas famílias rurais, forneçam os dados de desempenho econômico, ambiental, social e gestão das unidades familiares de produção agrícola, para desenvolver e alimentar o sistema web. Para isso, estão sendo realizadas oficinas nos estados de abrangência do projeto, que são Rondônia, Maranhão, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Acre e Roraima, para coletar dados que vão subsidiar um curso de capacitação (presencial e à distância) a ser realizado em 2019.

No Amapá, uma das estudantes participantes foi Gleiciane Dias Lopes, 20 anos. Entusiasta das tecnologias digitais como suporte à gestão da propriedade rural, ela contou que seus familiares residem na localidade Santa Luzia, no município de Tucuruí, sul do Pará. O pai e a mãe atuam nas atividades de pecuarista e agricultura, em cultivos de milho, feijão, macaxeira, mandioca e arroz. “Plantam e colhem para o sustento da família, também vendem e separam para alimento dos animais”, acrescentou Gleiciane. O orçamento familiar também inclui a criação de suínos, aves de postura e uma piscicultura. “Este sistema de gerenciamento tecnológico da nossa propriedade será muito benéfico. Até agora não fizemos uso de nenhuma tecnologia para a questão da atividade rural, vejo que será útil porque está nos beneficiando e nos trazendo para o meio tecnológico com uma ferramenta que podemos orientar nossos familiares”.

Modelo participativo
O pesquisador da Embrapa Territorial (Campinas, SP), João Alfredo de Carvalho Mangabeira, atua na liderança do projeto e ressalta que trata-se de um modelo participativo. “Atuamos em conjunto com a Embrapa Informática Agropecuária, Universidade de São Paulo (USP) e Instituto de Socioeconomia Solidária (ISES). Fizemos uma oficina em Macapá reunindo uma equipe da Embrapa Amapá e técnicos da Rede das Associações das Escolas Famílias, d Rurap, da Fundação Jari, da ong Iepé, do Instituto Estadual de Florestas, do Rurap, onde explicamos o projeto e como vamos trabalhar a plataforma digital; e realizamos também uma oficina na Escola Família do Pacuí, que é o local multiplicador onde vamos usar a tecnologia em 2019, por meio de um curso presencial”. A tecnologia é uma plataforma digital que vai gerar indicadores de sustentabilidade nos aspectos econômico, ambiental e social, e de gestão. “Esses indicadores precisam refletir a realidade deles, a gente não pode trazer prontos cientificados e impor, porque podem não representar a realidade deles. Então a gente quer envolvimento deles e saber quais são os indicadores deles, é uma construção coletiva”, explicou o pesquisador João Mangabeira. Também participaram da programação no Amapá, a analista Marcia Izabel Fugisawa Souza, da Embrapa Informática Agropecuária; o pesquisador Fernando Attique Maximo, da Embrapa Informática Agropecuária; o pesquisador José Júlio Ferraz de Campos Jr, do Núcleo de Estudos em Contabilidade e Meio Ambiente - Faculdade de Economia e Administração - FEA, da Universidade de São Paulo; e o engenheiro Adriano Santos, do Instituto de Socioeconomia Solidária.

Na Escola Família Agrícola do Pacuí, os técnicos aplicaram questionários para elaborar um diagnóstico, com os próprios alunos manuseando tabletes. “Foi importante para verificarmos qual o nível de conhecimento que eles têm de computação e internet, e também sabermos o conhecimento que têm sobre a propriedade rural da família, se conhecem de gestão territorial, de agricultura, para podermos definir a abordagem do curso presencial a distância e modelagem da ferramenta digital", explicou João Mangabeira.

Alunos das escolas famílias e técnicos de extensão rural são públicos prioritários
No Amapá, o projeto vai abranger os estudantes das seis escolas famílias em funcionamento. A equipe está confiante de que a inclusão tecnológica dirigida aos jovens das escolas de alternância implicará em impactos positivos no manejo das culturas agrícolas e na gestão da propriedade. “Esta ferramenta poderá dar condições para os jovens transmitirem para a sociedade o que fazem de forma sustentável no contexto da Amazônia brasileira, em condições de rastreabilidade do sistema de produção, dando condição de transparência de ações positivas para conservação da biodiversidade desta região”, ressaltou Mangabeira, citando que este é justamente um dos pilares do Fundo Amazônia, o programa que financia este projeto na perspectiva de incentivar a geração e difusão de conhecimentos para uma agricultura sustentável.

No âmbito da Embrapa Amapá, o responsável pelo projeto é o analista de transferência de tecnologias Jackson de Araújo dos Santos. “Nossos públicos prioritários são os alunos das escolas famílias, assim como técnicos da extensão rural agrícola e do Instituto Estadual de florestas. Nosso objetivo se pauta em trabalhar com o manejo dos recursos naturais e a questão da sustentabilidade, demonstrando que é mais fácil fazer gestão utilizando ferramentas geodigitais, onde todos ganhamos confiabilidade nos dados, informações mais precisas e realizando uma gestão com controle, ciente do ocorre no território e na dinâmica destes recursos para manter a sustentabilidade“, explicou Santos.

Projeto é financiado pelo Fundo Amazônia
O projeto “Inclusão Geodigital e Gestão Territorial de Unidades de Produção de Base Familiar”, faz parte do Projeto Integrado para a Produção e Manejo Sustentável do Bioma Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto busca promover a produção e a disseminação de conhecimentos e tecnologias voltadas para a recuperação, conservação e uso sustentável da Amazônia, por meio de apoio a projetos e ações de pesquisa, desenvolvimento, transferência de tecnologia, intercâmbio de conhecimentos e comunicação rural.




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