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Agro
Domingo, 09 de dezembro de 2018, 19h31

Curso de solos da Embrapa com edição aberta à assistência técnica


O curso “Atualização Agronômica em Agricultura Conservacionista ”, realizado pela Embrapa Trigo, atingiu mais de 500 profissionais de assistência técnica e extensão rural ao longo de 2018, através de parcerias com instituições que atuam no RS, SC e PR. Para encerrar o ano, será conduzida uma nova turma, de 17 a 19 de dezembro, com participação aberta a profissionais da assistência técnica pública e privada. O curso, com duração de 24 horas-aula, sendo 12 horas-aula teórica e 12 horas-aula prática, busca atualizar conceitos, fundamentos e preceitos vinculados à adoção de tecnologias pertinentes à agricultura conservacionista. O maior destaque está reservado às tecnologias que permitem converter Plantio Direto em Sistema Plantio Direto.

No Brasil, estima-se que a erosão tem gerado perdas anuais de 500 milhões de toneladas de solo e de 8 milhões de toneladas de adubo aplicado nas lavouras, causando prejuízos ao ambiente (assoreamento e contaminação de rios, córregos, lagos), à agricultura (limitação do potencial produtivo e maior risco de perdas por estiagens) e ao consumidor (maior preço dos alimentos).

Da mesma forma, a compactação e o adensamento do solo, decorrentes da adoção do plantio direto ao invés do sistema plantio direto, vêm se constituindo em fator de risco à produção de grãos. O problema afeta o desenvolvimento radicular das plantas e limita os fluxos de água, ar, nutrientes e raízes no solo, acentuando os efeitos do déficit hídrico, mesmo em períodos curtos sem chuva.

O foco do curso será a agricultura conservacionista, que envolve amplo conjunto de tecnologias, considerando a aptidão e a capacidade de uso das terras, formas de preparo do solo, diversificação de culturas, uso preciso de corretivos, adubos, agroquímicos, máquinas e implementos agrícolas, práticas de controle da erosão, até mesmo o equilíbrio financeiro do produtor.

Entre os temas abordados no curso está o dimensionamento, a marcação e a construção de terraços através da técnica “Terraços for Windows”, como método eficiente ao controle de erosão e às perdas de fertilizantes na lavoura. Essa técnica é baseada na máxima chuva esperada, no tipo de solo, na taxa de infiltração de água no solo, na declividade do terreno, no manejo das culturas e na dimensão da seção do canal do terraço que se deseja construir.

Os terraços funcionam para conter as perdas de água, solo, material orgânico e fertilizantes pelas enxurradas, prática que assume grande importância considerando as condições de solo, clima e topografia das lavouras nas regiões subtropicais e tropicais do Brasil. De acordo com o pesquisador José Eloir Denardin, a água retida no terraço infiltra no solo, irriga a lavoura e demora de três a cinco meses para chegar aos rios. “O correto manejo do escoamento superficial da água pode gerar economia de 40% ao ano com fertilizantes, evitando a perda de nutrientes e garantindo disponibilidade de água para as plantas nos momentos mais críticos”, avalia Denardin. Ele lembra que a técnica “Terraço for Windows” permite dimensionar, com segurança, espaçamentos entre os terraços quatro vezes maiores do que pelos métodos anteriormente empregados, quando a técnica foi abandonada por não se adaptar à evolução do manejo de solo imposto pela adoção do sistema plantio direto.

Outra técnica que pode estar associada aos terraços é a semeadura em contorno. Segundo o pesquisador Antônio Faganello, a facilidade na semeadura seguindo o maior comprimento da gleba, independente do declive, torna a operação mais rápida, porém nem sempre mais eficiente: alguns modelos de semeadoras perdem até 45% de precisão na dosagem de adubo quando são operadas morro acima, morro abaixo. “Ao subir, a dose de adubo aumenta em 15% e ao descer a dose diminui em 30%. Realizar a semeadura transversalmente ao declive do terreno permite posicionar melhor as fileiras de plantas criando barreiras ao livre escoamento da enxurrada, podendo aumentar em mais de cinco vezes a infiltração de água no solo”, explica Faganello.

Números

Neste ano, as ações desencadeadas pela Embrapa Trigo na área de manejo conservacionista de solo somaram 106 palestras, 14 cursos e 7 dias de campo, qualificando um público de superior a 4.500 pessoas, a maioria multiplicadores das tecnologias e dos conhecimentos.

Para o Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, as ações direcionadas à assistência técnica são o caminho mais curto para levar os conhecimentos da pesquisa até o produtor rural, lembrando que “o solo é base da produção agrícola. Não é possível garantir a produtividade pensando apenas na planta. O solo é um fator limitante”.

 




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