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Agro
Quinta, 30 de maio de 2019, 14h58

Agricultores investem na diversificação e se tornam primeiros produtores de abacate em larga escala


A diversificação de produtos na pequena propriedade rural foi a forma encontrada pelo produtor André Luiz Lopes Soares e o seu sogro, Paulo Fernandes Neto, para ter lucro e renda o ano todo no Sítio Estância Felisa, localizado no município de Dom Aquino (166 km ao Sul de Cuiabá). Numa área de 20 hectares, eles produzem diversas frutíferas, mandioca e investem na criação de bovino de leite. Em 2017 os produtores investiram no plantio de 300 mudas de abacate numa área de três hectares, e hoje são considerados os primeiros produtores em larga escala da fruta no Estado.

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André, produtor e técnico em agropecuária, conta que a propriedade foi adquirida em 2016, e desde então ele e seu sogro planejaram tudo, desde a criação de bovinos até a implantação das cercas de forma correta e eficiente na divisão dos pastos para os animais da raça Girolando, Gersey e Holandesa. Com um plantel de 34 animais, estão produzindo 100 litros de leite por dia. André ressalta que a intenção é adquirir somente vacas de alta lactação e chegar em 2022 com uma produção diária de dois mil litros de leite.

Na propriedade a ordenha é feita de forma mecânica, contando com resfriadores de leite para armazenar o produto por até dois dias. “Começamos com a bovinocultura de leite e essa atividade está dando resultado, reduzimos o rebanho e adquirimos animais com melhor potencial genético. Acredito que em três anos estaremos com um mini laticínio na propriedade”, enfatiza.

 

O cultivo do abacate pode chegar a uma produtividade de 15 toneladas/hectare, no sétimo ano de produção.

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O cultivo de frutas também estava programado pelos produtores, que iniciaram o plantio do maracujá orgânico numa área de meio hectare e estão produzindo 240 quilos da fruta por semana. A comercialização é feita com a fruta in natura por R$ 4,00 o quilo e a processada em polpa por R$ 25,00 o quilo. O cultivo no pomar é todo irrigado e já está no segundo ano de produção.

A propriedade também se destaca pelo cultivo do abacate, cuja árvore tem vida longa e produz durante 40 anos. Para formação do pomar os produtores adquiriram as mudas no Estado de São Paulo, das variedades Fortuna, Margarida e Quintal. A árvore é resistente e exige poucos cuidados, a produção da fruta pode chegar a 400 quilos por pé. Conforme André, a fruta pode chegar no quarto ano de cultivo com uma produtividade de duas toneladas por hectare e no sétimo ano a 15 toneladas/hectare. “Tentamos trabalhar sempre de forma correta e com tecnologia para garantir o retorno financeiro”, esclarece.

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Com 34 animais a produção atinge 100 litros de leite dia.

Em longo prazo, a produção de abacate aumenta consideravelmente e traz um lucro maior. Um pode gerar de 200 a 600 kg por planta/ano, entre o oitavo e o décimo ano, de acordo com a variedade escolhida. Além do cultivo do abacate, na área também foram plantados pitaya e limão Taiti. A pitaya já teve a primeira produção, sendo vendida por R$ 15,00 a unidade com o peso de 0,500 gramas. Abaixo desse peso, é comercializada por aproximadamente R$ 10,00 a unidade.

Pitaya foi comercializada por R$ 15,00 a unidade.

No Sítio Estância Felisa há espaço para o plantio de mandioca de mesa, da variedade Liberata, numa área de um hectare. A produtividade chega a 20 toneladas por hectare, que é vendida por R$ 0,50 o quilo. “A diversificação da produção é de grande importância para o pequeno produtor, pois consegue ter renda com a venda dos produtos o ano todo”, finaliza Soares.

Para ampliar ainda mais o cultivo de frutíferas, a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) repassou mudas de cultivares de banana para testes de viabilidade técnica e econômica na propriedade. O técnico agropecuário da Empaer, Josenei Moreno de Souza, que presta assistência técnica em Dom Aquino, declara que o processo de diversificação no âmbito da pequena propriedade rural familiar tem como finalidade ampliar o leque de produtos comercializáveis e encontrar caminhos para a sustentabilidade econômica. “É importante manter as famílias no meio produtivo para evitar que retornem aos centros urbanos, promovendo qualidade de vida aos seus integrantes”, fala Josenei. 




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