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Estudo inédito divulgado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) revela que os grandes grupos nacionais e estrangeiros, mais que dobraram o tamanho da área de soja plantada em Mato Grosso nos últimos cinco anos. De acordo com o estudo, os 20 maiores grupos produtores cultivaram 1,2 milhão de hectares de soja na safra 2009/10, contra 533 mil 739 hectares na safra 2004/05. Um aumento de 130%.
Juntos, esses grupos respondem por 20% de toda a soja plantada em Mato Grosso, que hoje alcança 6,2 milhões de hectares. Há cinco anos, eles detinham 9% da produção da área de pouco mais de 6,1 mi/ha. Nesse mesmo período, a área de plantio de soja no Estado cresceu apenas 1,84%.
Na análise do IMEA, a escala de produção é determinante para a margem de lucro. Significa dizer que quanto maior o tamanho da área plantada, maior será o poder de barganha do produtor, tanto para a venda do produto quanto para a obtenção de descontos na compra de insumos e maquinários.
Grandes propriedades com grandes plantações também levam vantagem econômica com a redução do custo de produção. Isso pode ser verificado na otimização do uso de maquinários, mão-de-obra, depreciação de equipamentos e custos administrativos.
A conclusão do estudo do IMEA mostra ainda que Mato Grosso precisa resolver alguns problemas de logística para se tornar competitivo com as outras regiões produtoras. Embora seja o maior produtor de soja do Brasil, o Estado apresenta os mais altos custos de produção e tem as maiores distâncias dos portos de escoamento, além de deficiências no solo que encarecem os custos de fertilização.
O presidente da Famato, Rui Prado, analisa que a concentração da produção é um fato que ocorre em todo o mundo mas em Mato Grosso é acentuado devido a dois fatores: “o alto grau de endividamento rural que não permite que o produtor matogrossense se mantenha na atividade e o alto custo de produção que é o mais elevado do país, ao passo que os preços praticados no estado é um dos menores do Brasil”.
Além de apontar a logística como o maior gargalo do agronegócio em Mato Grosso, Prado destaca a necessidade do Governo Federal de implantar uma política agrícola voltada para o pequeno e médio produtor, com crédito de fácil acesso, juros e prazos compatíveis com a produção agrícola, como forma de manter a competitividade do produto matogrossense, independente do porte e da capacidade produtiva da propriedade rural.
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