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Agro
Terça, 25 de janeiro de 2011, 17h43

Produção de suínos no Centro-Oeste brasileiro ganha força


A abertura de novos mercados internacionais para a carne suína de Santa Catarina deve gerar um benefício indireto para os estados produtores do Centro- Oeste, fronteira da suinocultura brasileira. "A tendência é que o porco de Santa Catarina seja cada vez mais destinado ao exterior, enquanto a demanda interna precisará ser atendida por outras regiões", explica o diretor de mercado interno da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Jurandi Soares Machado.

O movimento de migração da produção para os estados de Mato Grosso e Goiás, em especial, começou na década passa- da, em busca de localidades onde o preço do milho era mais baixo do que no Sul. Além de acentuar esse processo, a abertura de novos mercados para Santa Catarina tende a ampliar a industrialização da carne suína nas novas regiões produtoras.
Atualmente, grandes indústrias do setor, como a líder Brasil Foods, transportam carne suína do Centro-Oeste para abastecer as fábricas de processados de Santa Catarina.

Abertura No final do ano passado, os EUA reconheceram o status sanitário de Santa Catarina como região livre de febre aftosa sem vacinação, abrindo seu mercado para o produto catarinense. O estado é o único do país com essa condição reconhecida internacionalmente.

Mais do que o próprio mercado americano, no qual o produto brasileiro não é competitivo, a decisão do governo dos EUA tende a influenciar a avaliação sanitária de outros países, como a Coreia do Sul e o Japão, grandes importadores de carne de porco.
A China e a Coreia do Sul já concluíram as visitas técnicas necessárias para a liberação da importação de carne suína. No caso da China, a análise é para abrir o mercado para todo o Brasil, enquanto a da Coreia do Sul vale apenas para Santa Catarina. A União Europeia fará sua última visita ao estado em fevereiro, segundo o presidente executivo da Abipecs, Pedro de Camargo Neto. "Já o Japão tem o compromisso de vir pela primeira vez em 2011", afirma.

Se de fato esses mercados se abrirem em breve, como é esperado pela Abipecs, mais carne catarinense será exportada e as fábricas locais de embutidos, como linguiça e presunto, de- penderão ainda mais do porco proveniente de outros estados.
"Não há mais como expandir a produção de suínos em Santa Catarina", explica Machado.
O crescimento da demanda interna por produtos suínos processados terá, portanto, que ser abastecida pelos estados onde a produção de porcos mais cresce. Trata-se dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
"Novas aberturas para Santa Catarina implicam em possibilidades contundentes para o Mato Grosso no mercado interno e também nas exportações", avalia o diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat),Custódio de Castro Júnior.
O grupo Marfrig, dono de marcas de produtos suínos como Seara e Mabella, iniciou no segundo semestre do ano passado a construção de uma unidade em Rosário D"Oeste (MT) que pretende industrializar 80% do volume de carne gerado. O investimento, estimado em R$ 130 milhões, prevê a fabricação de presunto,apresuntado, linguiças e defumados, entre outros. Justamente os produtos que hoje são feitos em Santa Catarina, muitas vezes com carne matogrossense ou goiana.
Um terço dos abates já é feito fora do Sul

Em 2010, os abates de suínos na região Sul ficaram abaixo de 70% da produção nacional pela primeira vez nos registros do Serviço de Inspeção Federal (SIF), disponíveis desde 2001.
A região, que concentra os três principais estados produtores, foi responsável por 67,9% dos 26,3 milhões de abates registrados. Os dados de novembro e dezembro ainda são parciais.
Em 2005, o Sul representava 73,3% do país.

Na contramão, o Centro-Oeste cresceu sua participação de 12,1% para 15,6% na mesma comparação. A região recebeu grandes unidades de aves e suínos de empresas como Sadia e Perdigão nesse período. Nos últimos cinco anos, o número de abates de suínos no Centro-Oeste cresceu 62%, enquanto a alta do país foi de 25%. Na região Sul, os abates avançaram apenas 16% na mesma comparação.
"O desafio é que estamos muito mais longe dos portos e dos polos consumidores", afirma o diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio de Castro Júnior.
Na prática, a região de expansão da suinocultura, que inclui Minas Gerais e Centro-Oeste, já equivale a uma Santa Catarina em produção. Neste ano, essas cinco unidades federativas onde a produção de suínos mais cresce somam 6,99 milhões de abates, contra 7,24 milhões da produção catarinense. A relação é bem maior do que no ano passado, quando Santa Catarina produziu 8,24 milhões de cabeças e a soma de Centro-Oeste e Minas Gerais atingiu 6,73 milhões.

Os números consideram apenas os abates realizados sob o SIF, que representa a maior parte dos abates, mas não a totalidade. Os frigoríficos também podem operar sob inspeção estadual ou municipal, mas o selo do SIF é exigido para a comercialização entre estados e para as exportações.
Brasil Econômico




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