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Os produtores rurais de Gaúcha do Norte, região Leste de Mato Grosso, receberam o Circuito Aprosoja 2011 ontem quinta-feira (12.05). Apesar da falta de logística local e dificuldades para o escoamento da soja, o município foi responsável pela terceira melhor média de produtividade na região, com 52,8 sacas por hectare, ficando atrás apenas de Querência (56) e Canarana (53). Há ainda vários produtores locais que afirmam ter colhido uma média de 55 a 56 sacas. Ao todo a área plantada no município foi de 105 mil hectares e a produção rendeu mais de 300 mil toneladas do grão.
Para o vice-presidente do Sindicato Rural local, Rovino Kopsch, o sucesso desta alta produtividade pode ser atribuído a ações como a do Circuito Aprosoja. “O conhecimento que a programação oferece, isso é o fator principal da gente ter esse sucesso na produção de soja”, comenta Kopsch. O produtor rural Márcio Braun concorda, lembrando que pelas dificuldades de acesso e infraestrutura da região, ter o Circuito dentro da cidade é fundamental. “Muito dos produtores, mesmo disponibilizando transporte, tudo gratuito, não se desloca até as cidades vizinhas”, opina.
Gaúcha do Norte está a 160km de Canarana, 200km de Paranatinga e 250km de Nova Ubiratan, todas ligações através de estradas de terra. Produtores da região acreditam e torcem pelo asfaltamento da BR 242, que vai ligar a cidade até Nova Ubiratan, mas mesmo assim ressaltam que parte do transporte da soja e do calcário é feito através da rota Primavera do Leste, cujos custos são encarecidos pela dificuldade logística. Além disso, Gaúcha do Norte possui atualmente apenas um armazém para atender a demanda local. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, aproveitou o Circuito para desafiar os produtores locais: “Por que não tem um armazém dos produtores aqui?”
O produtor Waldomiro Shultz, um dos participantes do projeto Referência, coordenado pela Aprosoja, explica que muitas vezes o baixo custo identificado em algumas áreas de plantio, levantado pelo projeto, é encarecido pelo frete. Mesmo assim, considera haver bons motivos para continuar investindo na região. “Gaúcha do Norte hoje é um município que muitas pessoas estão de olho por causa da região. É uma região bastante plana, de terra muito produtiva”, analisa Shultz.
Além do presidente da Aprosoja, também participou do evento o superintendente do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Tiago Mattosinho, o diretor executivo da Aprosoja, Marcelo Duarte, o pesquisador da Embrapa Soja Londrina/PR, Alvadi Antônio Balbinot Jr. e o analista econômico da Consultoria Safras e Mercados, Paulo Molinari. Diversas autoridades locais assistiram a programação. Entre elas o prefeito de Gaúcha do Norte, Nilson Francisco Aléssio, a primeira dama e secretária de Ação Social do município, Marli M. Aléssio e o presidente da Câmara de Vereadores do município, Vandré Furlon.
CÓDIGO FLORESTAL – Os produtores presentes no Circuito Aprosoja lembraram da necessidade da votação do novo Código Florestal, em Brasília, mais uma vez adiada esta semana O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, abriu o Circuito desta quinta-feira estimulando o produtor rural a pensar no assunto: “o produtor parece que ainda não tá entendendo. Nós precisamos cobrar. Eu acho que é preciso mudar. É preciso tomar uma atitude e é isso que a Aprosoja está fazendo”, disse ele.
O presidente do Sindicato Rural do Município, Ari Baltazar Langer, esteve na Capital Federal acompanhando a discussão e voltou desapontado com a prorrogação. Ele reclama especialmente da insegurança do produtor diante das multas e embargos. “Dia 11 de junho ta aí e começam a colher as multas e os embargos e deixam de ser emitidas as certidões pra conseguir novos créditos. Quem tem uma área com embargo, não consegue desembargar; (...) Tudo tem que ser definido pra cada um saber se tem que repor reserva, se não tem que repor a reserva, quanto que pode plantar”, avalia Langer.
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