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Agro
Terça, 18 de outubro de 2011, 12h18

Quase 50% da colheita de soja prevista em MT em 2012 já foi vendida


Não é apenas o plantio de soja que avança em ritmo acelerado em Mato Grosso, que lidera a produção do grão no país. Também as vendas antecipadas da safra que será colhida a partir do início de 2012 no Estado ganharam ainda mais fôlego nas últimas semanas. Apesar das incertezas que pairam sobre as economias de países desenvolvidos, a resultante entre preços internacionais e câmbio - a soja encabeça as exportações do agronegócio brasileiro - segue favorável "dentro da porteira" e o viés é turvo, o que estimula o "travamento" de operações agora.

Era esse o cenário quando a semeadura desta safra 2011/12 de fato começou em Mato Grosso, em 15 de setembro. Mas a velocidade tanto do plantio quanto das vendas antecipadas não só surpreendeu como revelou um pouco da estratégia dos grandes agricultores locais - que, capitalizados por uma rentabilidade recorde no ciclo 2010/11, já fazem as contas e definem seus cronogramas também de olho em ganhos que poderão ser proporcionados pelas lavouras de algodão.

Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o dia 13 de outubro o plantio cobriu 21,8% da área plantada total prevista para o Estado em 2011/12 (6,8 milhões de hectares, conforme o Imea). Uma semana antes, o percentual era inferior a 6%, e nesta mesma época de 2010, quando era semeada a safra 2010/11, era de 6,7%. Mesmo levando-se em conta que faltou chuva em Mato Grosso no terceiro trimestre do ano passado, o que atrasou um pouco os trabalhos, o nível atual é elevado. Conforme a consultoria Céleres, em nível nacional o plantio cobriu até hoje cerca de 10% da área prevista, ante uma média de 7% para este período do ano.

Conforme o Imea, boa parte da aceleração do plantio de soja é impulsionada pelos produtores que decidiram semear algodão na segunda safra, logo após colhido o grão. Quanto mais rapidamente a colheita da soja e o plantio do algodão forem concluídos, melhor, pelas questões climáticas que influenciarão o desenvolvimento da produção da pluma.

A estratégia se justifica pela rentabilidade oferecida pelo algodão. Na safra 2010/11, muitos produtores chegaram a comemorar uma margem líquida até superior a R$ 4 mil por hectare, enquanto na soja ela ficou entre R$ 800 e R$ 1.000, conforme diferentes estimativas de consultorias. Os preços da pluma não são mais os mesmos, mas grande parte da próxima colheita mato-grossense também foi negociada com antecedência e por valores melhores, como já informou o Valor. Agora, é preciso cuidar que exista oferta para ser entregue em 2012.

No caso da soja, a comercialização da safra que está sendo plantada ganhou vida nova em setembro. É verdade que em março 12% da produção que será colhida no ano que vem no Estado (21,5 milhões de toneladas, de acordo com o Imea) já havia sido negociada e que a fatia atingiu 33,1% em agosto, mas com o salto do mês passado chegou a 48%, bem acima dos 36,2% de setembro de 2010, quando estava em jogo a produção da safra 2010/11, colhida neste ano.

Em grande medida, o fato de as cotações internacionais continuarem em alto patamar, desafiando turbulências financeiras em países desenvolvidos, colabora para fomentar a estratégia, amplamente difundida em Mato Grosso. E, pelo menos nas últimas semanas, os dias de quedas de preços foram praticamente compensados pela valorização do dólar. Ontem, na bolsa de Chicago, os contratos para janeiro fecharam a US$ 12,6050 por bushel, baixa de 18 centavos de dólar. Nos últimos 12 meses, a valorização ainda chega a 5,42%.
 




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