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Com a seca reduzindo a quantidade e a qualidade da soja no Estado, a indústria já iniciou a compra do produto vindo de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde os problemas com estiagem foram menores. Ao menos 2 milhões de toneladas devem ser compradas - operação que pode superar a da safra 2004/2005, quando o Rio Grande do Sul atravessou uma das piores secas.
A quantidade é estimada pelo diretor da Câmara Temática de Agroenergia do Estado, Valdecir Zonin. Embora o governo não tenha dados concretos da quantidade comprada na época, a tese é sustentada na ampliação de produção e no aquecimento do mercado.
- Na safra 2004/2005, a expectativa era colher 8 milhões de toneladas e tivemos uma perda de 75%. Este ano, a estimativa era colher quase 11 milhões de toneladas, ou seja, 3 milhões a mais. Mesmo que a perda seja inferior a 75%, este ano é mais significativa devido à produção maior. Além disso, o mercado aqueceu com a produção de biodiesel - sustenta Zonin.
Até mesmo na fartura de GRÃOS de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul existem problemas. Um volume grande de chuva próximo do período da colheita resultou em um grão ardido - quando há muita umidade e menor índice de óleo.
- A escassez e a baixa qualidade devem se refletir no segundo semestre. Isto afeta diretamente a capacidade de processamento - aponta Thiago Milani, operador de mercado da Camera, indústria que processa óleo e biodiesel no Estado.
A compra de outros Estados também aumenta os custos, devido ao preço dos fretes e às taxas de ICMS.
Com certeza, haverá diminuição no ritmo de produção - completa Fábio Trigueirinho, secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
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