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Agro
Terça, 17 de julho de 2012, 12h27

Previsão de chuvas na safra de soja desperta otimismo e fantasma da ferrugem


Meteorologia prevê que fenômeno El Niño trará condições favoráveis para uma safra recorde da oleaginosa, enquanto agrônomos recomendam que agricultores preparem medidas contra a doença que já trouxe prejuízos de US$ 19,7 bilhões

Produtores goianos e mato-grossenses recomendam tratamento preventivo com fungicida, para manter produtividade das lavouras

Previsões dos principais institutos de meteorologia apontam para ocorrência de chuvas acima da média já a partir do mês que vem, até novembro próximo, nas principais regiões brasileiras produtoras de soja. Esse cenário, somado ao preço do produto no mercado futuro e à alta do dólar, sinaliza que serão plenas as condições para que o produtor obtenha uma boa colheita na safra 2012/13.

Somar Meteorologia e Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos/CPTEC, do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais –, por exemplo, informaram que após a seca do ano passado, que diminuiu em 30 milhões de toneladas a produção de soja no Brasil, Argentina e Paraguai, há este ano entre 70% e 80% de chances de que o fenômeno El Niño traga chuvas e umidade às lavouras da oleaginosa.

O CPTEC/INPE calcula ainda que entre os meses de julho e setembro deste ano, as regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil poderão registrar índice pluviométrico superior a 400 mm.

Na área econômica, outros dados reforçam a expectativa positiva em relação à próxima safra 2012/13: no final de maio último, as vendas antecipadas atingiram 27%, um número sem precedentes, de acordo com a consultoria Céleres. No tocante ao estoque da safra 2011/12, o índice de comercialização chegou a 87%, e superou em 20 pontos o do mesmo período do ano passado.

Chuvas e ferrugem

Se por um lado a meteorologia gera otimismo quanto ao desempenho das lavouras na safra 2012/13 – para a consultoria Informa Economics haverá uma produção recorde, da ordem de 80,5 milhões de toneladas, um salto de 22% em comparação aos 66 milhões de toneladas do ciclo anterior, afetado pela seca -, embute também uma preocupação-chave para o sojicultor. Em geral, o fantasma da ferrugem asiática chega junto com a umidade das chuvas.

Descoberta no início do ano de 2000, a ferrugem asiática é transmitida pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que impede o desenvolvimento das plantas de soja e reduz a produtividade da lavoura.

Ainda segundo o Imea, as perdas contabilizadas com a ferrugem asiática no Brasil são estimadas hoje em US$ 19,7 milhões, desde o início desta década. Desse montante, US$ 8 bilhões correspondem ao estado de Mato Grosso.

Produtores do Cerrado enfrentam doença

Grandes produtores da região do Cerrado relatam diferentes experiências vividas com a ferrugem da soja. Enquanto alguns declaram já ter sofrido perdas representativas em algum momento, outros celebram o sucesso das ações que vêm adotando para se proteger.

Numa coisa, porém, todos concordam: é a escolha do fungicida certo que define a sanidade das lavouras de soja em época de ferrugem.

“A doença é altamente agressiva. Tem potencial de destruição de área foliar da soja e traz graves prejuízos. Além da aplicação preventiva de fungicida, exige acompanhamento técnico especializado”, afirma o produtor Gustavo Luft, 33 anos, há 12 na sojicultura e dono de uma propriedade com 680 hectares, na estrada velha de Caiapônia, município de Jataí (GO). Segundo Luft, a escolha do fungicida adequado “poderá fazer a diferença entre lucro e prejuízo da cultura no final do ano agrícola”.

Em sua propriedade, Luft, que colhe em torno de 58 sacas/ha, vem utilizando o fungicida Aproach® Prima, distribuído pela companhia DuPont. “Tive bons resultados. A assistência técnica no momento adequado também fez com que acertássemos no controle da ferrugem. Nós também escolhemos uma variedade de soja mais precoce, adequada à época de semeadura e fizemos adubação equilibrada”, complementa o produtor de Jataí.

No tocante ao uso do fungicida, a mesma receita de Luft é adotada na cidade mato-grossense de Campo Novo dos Parecis, pelo agricultor Gabriel Zanatta, 36 anos, há 18 na sojicultura. “Hoje em dia não existe a menor possibilidade de plantar sem usar fungicida contra ferrugem, ou você se arrisca a colher somente dez ou vinte sacas por hectare”, salienta.

Zanatta, proprietário de uma fazenda com 7.700 hectares, conta já ter feito três aplicações preventivas do fungicida Aproach® Prima, e colhido depois 54 sacas por hectare. “Se a doença chegar a um estágio avançado, não há fungicida que controle. Com o fungicida certo, chega-se a colher até três sacas a mais por hectare”, diz.

Outro caso de sucesso no controle da ferrugem da soja no Cerrado vem da cidade de Diamantino, também no estado de Mato Grosso, onde o agricultor Rogério Krohling, 42 anos, 25 de sojicultura, mantém sua fazenda. Ele colhe entre 58 sacas e 60 sacas por hectare, numa área de 5350 hectares.

“Foram negativas as nossas primeiras experiências com a ferrugem, pois não conhecíamos práticas de controle nem produtos adequados. Hoje, fazemos aplicações preventivas de fungicida e o monitoramento correto da lavoura”, complementa Krohling, que recomenda o fungicida da DuPont. “Esse insumo nos trouxe maior rentabilidade na soja colhida. Rendeu 2,4 sacas a mais por hectare, o que dá uma produtividade quase 5% maior”, finaliza, com sua experiência de 25 anos de sucesso na atividade rural.




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