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Quarta, 20 de fevereiro de 2019, 13h25

Ribeirinho Cidadão enfrenta chuva e lama para realizar atendimentos em aldeia bororo


Foi debaixo de muita chuva que a equipe do Ribeirinho Cidadão seguiu viagem, nessa terça-feira (19 de fevereiro), para a próxima parada deste terceiro dia de expedição da fase terrestre. Um caminho de 130 quilômetros, com muita lama, faz compreender a importância do projeto: levar atendimentos a comunidades isoladas ou distantes dos centros das cidades. Nem mesmo a chuva desanimou os índios da Aldeia Córrego Grande, de etnia Bororo, no município de Santo Antonio de Leverger.

Cerca de 400 índios vivem no local. A maior procura na aldeia foi pela confecção e classificação de documentos, além do cadastro e atualização do Programa Bolsa Família. O relato de todos que vivem ali é quanto à dificuldade de locomoção até a cidade.

Maria Auxiliadora Cibae Kiago, de 15 anos, foi fazer seu primeiro RG. Ela gostou do projeto ir até o local onde mora. Quem tem esse mesmo entendimento é a mãe dela, Alda Maria Iraguiri. “É tão difícil ir à cidade, pedir ajuda de alguém lá para fazer esses documentos. Vocês vindo aqui é muito melhor”, falou.

Aos 53 anos, Daniel Koriga é formado em Ciências da Matemática e da Natureza e tem nível superior (terceiro grau indígena). Hoje ele soma 18 certificados de diversos cursos que fez. Ele foi até a escola na aldeia, onde estava ocorrendo o mutirão do Ribeirinho Cidadão, para plastificar todos os seus certificados. “O Ribeirinho para nós é muito bom porque tem gente que não tem condições de ir à cidade fazer documento e aqui é de graça. Às vezes a pessoa consegue ir até a cidade, mas não tem dinheiro e tem toda a burocracia. Aqui é bom porque resolve no dia”.

O cacique Bruno Tavie disse ser uma grande vantagem o Ribeirinho Cidadão ir até a aldeia, principalmente na época de chuva, quando eles ficam praticamente isolados. “A gente fica muito contente e agradecido. As pessoas precisam regularizar suas situações e fica difícil a gente transportá-las para Santo Antônio. A gente não tem transporte para todos, a estrada está muito precária e, quando chove, fica mais danificada e tudo mais difícil, por isso o Ribeirinho Cidadão se torna mais importante. Esse é um trabalho que é muito valorizado pela gente, não sabemos nem como agradecer”, afirmou.

Casado e pai de dois filhos, Ronaldo Koge levou seus documentos para fazer sua primeira carteira de trabalho. Segundo ele, a intenção é conseguir um trabalho formal para o sustento de sua família e essa esperança chegou com a ação social levada até a aldeia. “Sem carteira de trabalho fica difícil conseguir alguma coisa, quero melhorar de vida e ter esse atendimento aqui facilitou muito para não ter que me deslocar até Santo Antônio”.

Os índios bororos receberam diversos serviços sociais, de cidadania, médicos e corte de cabelo. Foram distribuídos vários itens, como camisetas, meias e toalhas, além de doces para as crianças.

Projeto - O Ribeirinho Cidadão leva cidadania e serviços essenciais a populações ribeirinhas. Ele foi lançado em março de 2006 e atende comunidades isoladas de Santo Antônio de Leverger, Poconé, Barão de Melgaço e Juscimeira. A ação só é possível graças aos parceiros, como Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual, Marinha do Brasil - 6º Distrito Naval, Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal Regional do Trabalho 23ª Região, Governo de Mato Grosso, Federal, SICOOB-União, SESC Pantanal, Prefeitura dos municípios de Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço, Juscimeira e Poconé, Colônia de Pescadores Z5, INCRA, UFMT, Hospital Júlio Muller, Univag, OAB, Delegacia da Polícia Comunitária, Clóvis – Papai Noel, Galvan Cabeleireiro, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal.




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