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Interior de MT
Segunda, 10 de janeiro de 2011, 17h02

Sem muitas opções jovens do Araguaia estudam em outros estados e países


Abandonar a casa do país nunca é bom, a comidinha da mamãe pronta na hora, o afago de carinho do pai, o belo sorriso do irmão mais novo e até mesmo as briguinhas com as irmãs são as saudades que ficam quando um jovem sai de casa em busca dos seus sonhos.

No Araguaia em geral poderia ser diferente e essa separação ser adiada, mas curso técnico quase não existe no Araguaia, ensino superior é muito poucos os cursos, e quanto têm ainda assim tem que ser em outras cidades, como o caso da Unemat em Luciara (MT) que oferece alguns cursos e o IFMT em Confresa (MT) que oferece cursos técnicos e licenciatura e bacharelado.

A educação no país é um problema, mas aqui é ainda maior, pois a mão de obra se esforça para se capacitar, mas sem muita estrutura os profissionais não conseguem chegar ao nível merecido, já as estruturas físicas das escolas são um muito grande a maioria delas em condições precárias e acreditem ainda existe escolinha de pau-a-pique.

O problema além de social é político, município joga a culpa no governo, que em contra partida não soluciona e nem dá sustentabilidade para os gestores corresponderem aos seus eleitores e passam anos e vem ano, e nada é feito. Assim o estudo básico é de má qualidade, quando chega na hora de fazer uma faculdade o aluno enfrente a dificuldade de um vestibular e quando passa tem que se mudar para um grande centro para estudar.

Os jovens reclamam que sair do aconchego dos pais é ruim, conversamos com a estudante de comunicação de 24 anos, Esther Luz que estuda em Goiânia capital de Goiás disse “é complicado, aqui (Goiânia) eu moro com meus dois irmãos só eu de mulher...aqui não temos o carinho dos pais, sentimos muito a falta do carinho dos nossos pais apesar de todos os dias nos falarmos pelo celular, mas mesmo assim é complicado”, afirma Esther Luz .

Ela disse que inúmeras vezes sentem vontade de abandonar o sonho e voltar para casa dos pais no Mato Grosso, “mas sempre pensamos no nosso futuro, nos esforços dos nossos pais para nos ver formados”, diz Esther que já atua como modelo na cidade comercial.

Porém ela afirma que lá eles são responsáveis pelos deveres de casa e os estudos, “aprendemos a nos virar sozinhos, tivemos que cortar o cordão umbilical, mas sempre nossos pais vêm nos visitar aqui, e a gente sempre passa férias ai, pra matar a saudade da família, amigos e da cidade” diz Esther Luz sorrindo

Ficamos supresos com a afirmação da estudante, “Nossa! Estamos aqui em uma cidade grande, onde tem cinema, shopping Center, mas a saudade do interior é inexplicável, aí temos liberdade para sair na hora que quisermos, conhecemos todo mundo a gente se sente à vontade em Confresa, com certeza!”, diz ela.

Para amenizar um pouco da saudade os estudantes do Araguaia se encontram nos fins de semana, “ah! a gente vai ao shopping sempre, vamos aos barzinhos, só nós os confresensses, hoje, por exemplo, a gente ia ao cinema, mas não deu, vamos na quinta-feira próxima, é sempre bom!”, afirma Esther Luz.
Quanto questionada sobre quantidade de pessoas que conhece em Goiânia que são pessoas de Confresa que estão lá para estudar Esther simplesmente é direta, “muitos, não dá nem para contar, é muita gente”, afirma ela completando por que a maioria escolhe Goiânia a maravilhosa cidade comercial do centro-oeste, “acho que é por que aqui é muito mais fácil para viver, tudo é perto... tem muitas faculdades com diversos cursos e porque aqui temos muitos amigos”, afirma sorrindo.

Questionada sobre quais cursos os alunos do Araguaia procuram mais ela afirma que medicina e direito estão no topo da lista. Ainda tem alunos que estudam fora dos pais como o caso do estudante de medicina Orcedy Filho, que estuda na Bolívia.

Para solucionar a problemática do ensino superior, seria o estado ajudar com a construção de centros educacionais de ensino superior e ainda colaborar para a construção de faculdades particulares incentivando a demanda do Mercado.

BBNews




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