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Nacional
Domingo, 22 de outubro de 2017, 18h42

Navio que surgiu em praia de SP pode guardar 'tesouro' desconhecido


Destroços estão localizados nas proximidades do Canal 5, em Santos, SP (Foto: José Claudio Pimentel)

G1

A sondagem da área onde apareceram os destroços de um navio centenário em uma praia de Santos, no litoral de São Paulo, revelaram que a embarcação está toda enterrada e que, dentro dela, há um objeto de metal do tamanho de um carro popular. Uma equipe de arqueólogos aguarda liberação para poder realizar a escavação do local.

Em 22 de agosto, a maré baixa e a erosão na Praia do Embaré provocaram o aparecimento de pedaços de madeira e metal que se assemelham a um casco de navio, próximo à mureta do Canal 5. Segundo a prefeitura, os destroços têm pouco mais de 50 metros de comprimento e 12 metros de largura, aproximadamente.

Mesmo antes da sondagem, feita em 21 de setembro com três equipamentos, a equipe que estuda a descoberta já havia constatado que trata-se de uma embarcação de mais de 100 anos, por conta do material encontrado (madeira e metal). A suspeita é que seja o veleiro inglês Kestrel, que afundou nessa região em 11 de fevereiro de 1895.

"Analisamos as imagens obtidas e constatamos que o navio está inteiro enterrado. O que vemos ali na faixa de areia é o convés dele", afirma o arqueólogo Manoel Gonzalez, que lidera um grupo de seis pesquisadores. Os destroços têm profundidade média de três metros, em toda a extensão da área.

As imagens ainda mostram que a proa do navio (parte frontal) está na direção de São Vicente e que a popa (parte traseira) está próxima ao Canal 5, mas que não encosta ou passa por baixo da estrutura, construída em 1927. A disposição do barco, segundo Gonzalez, também evidencia um possível veleiro.

 

Pesquisadores e técnicos fizeram varredura da área de destroços (Foto: José Claudio Pimentel)

O arqueólogo explica, ainda, que a embarcação está parcialmente adernada, o que faz o delineamento do casco na faixa de areia não ser proporcional dos dois lados. "É possível notar que houve uma acomodação de um dos bordos, que abriu mais que o outro, que permaneceu intacto com o passar dos anos".

Além disso, um objeto de metal de seis metros de comprimento por dois de largura intrigou o grupo. "Não sabemos o que é. Pensamos em uma caldeira ou até em um canhão, mas descartamos. Ele está localizado na parte da frente, próximo ao centro e do lado esquerdo, e pode nos ajudar a revelar esse navio", diz.

Gonzalez aguarda autorização da Marinha do Brasil para realizar uma escavação prévia de trechos da área, para complementar a análise e encontrar outras pistas, como eventuais cargas que ele transportava. "Por enquanto, é um fragmento sem vida. Tendo todas as informações encontradas, ajuda a criar uma vida para ele".

A Marinha do Brasil ainda analisa os documentos protocolados pelo arqueólogo sobre a descoberta. Apenas a autoridade marítima pode autorizar a escavação do sítio arqueológico, que é monitorado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Ministério Público, na esfera Estadual e Federal.

A intenção dos pesquisadores é escavar toda a área e retirar por completo o navio. "É uma operação que deve ser feita para preservá-lo, além de garantir a segurança dos banhistas. Depois, ele pode ser exposto", fala. Estima-se que o trabalho custe R$ 1 milhão, e o grupo ainda estuda uma maneira de viabilizá-lo.

 

Quadro pintado em Londres revela o veleiro Kestrel, principal hipótese

Descoberta

Funcionários da limpeza urbana se depararam com a estrutura parcialmente enterrada na areia durante a limpeza das praias. Equipes da prefeitura foram deslocadas ao local e constataram aquilo que parecia ser parte do casco de uma embarcação de madeira. A área foi isolada, por segurança.

"Esse navio estava enterrado ali há muito tempo e, com o rebaixamento da areia, acabou 'aflorando'", explicou a subprefeita da região da orla, Fabiana Ramos Garcia Pires. A administração municipal cercou a área por segurança, instalou placas indicativas e posicionou uma câmera para monitorar os destroços.

Para o prático em atividade mais antigo no Brasil, Fabio Mello Fontes, trata-se de uma embarcação centenária, construída antes de 1930. "Ferro e madeira não foram mais usados depois desse período, por isso, deve ter mais de 100 anos. Certamente é uma embarcação muito antiga, que ainda requer investigação minuciosa", disse.

Arqueólogos e historiadores de Portugal foram acionados para auxiliarem nas investigações. "Desde a localização, estamos monitorando toda a estrutura. Fizemos imagens e enviamos a especialistas em embarcações de madeira, em Portugal. Eles estão analisando tudo e colaborando", complementou Gonzalez. 




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