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Nacional
Quarta, 27 de dezembro de 2017, 13h33

Como especificar vidros acústicos e elevar o conforto da edificação?


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Vidros acústicos são capazes de atender aos mais altos padrões de desempenho. Atualmente, o mercado oferece diferentes modelos, indicados para variadas situações. “Temos os laminados, os laminados com PVB acústico e os insulados, que já saem da fábrica duplos e com câmara de ar ou gás selada”, enumera o arquiteto Marcos Holtz, sócio-diretor da Harmonia Acústica – Davi Akkerman + Holtz.

Quando o desempenho precisa ser elevado, podem ser empregados caixilhos com vidros duplos ou triplos, com câmaras de ar acima de 10 cm – solução comum em estúdios de gravação ou TV.
Antes de escolher uma das alternativas, é preciso conhecer as características do ruído que deverá ser isolado. Devido às características das ondas sonoras, um vidro pode ter ótimo desempenho para barrar o som do trânsito, mas falhar com o barulho produzido pelo maquinário de uma fábrica. Por isso, é importante contar com a análise precisa da vizinhança e comparar esses dados com os resultados de ensaios realizados em laboratórios.

“O ensaio deve ser executado em câmaras acústicas especiais, de acordo com a ISO 10140. O resultado será a curva de isolamento acústico (R, em bandas de terço de oitava), que pode ser ponderada de acordo com a ISO 717-1, obtendo-se assim um valor único, o Rw”, explica o especialista. Geralmente, os fabricantes disponibilizam essas informações nos manuais técnicos de seus produtos.

Norma

Em vigor há pouco mais de quatro anos, a ABNT NBR 15575 — Edificações habitacionais — Desempenho tornou mandatório o conforto acústico para construções em todo o país. Para atingir o nível mínimo de isolamento exigido pela norma, alguns materiais precisaram passar por melhorias em seus processos de desenvolvimento e fabricação. No entanto, este não é o caso dos vidros acústicos, capazes de atender aos padrões mais altos de desempenho.

“A influência do vidro é maior para isolamentos acima de Rw=30dB. Portanto, mais aplicável para os níveis intermediário e superior da ABNT NBR 15575, que ainda estão no anexo informativo e não são obrigatórios”, informa o arquiteto Marcos Holtz. A especificação do material não chega a ter papel fundamental porque os critérios mínimos de isolamento ainda são baixos.

PELÍCULAS ACÚSTICAS

Os vidros com películas especiais (PVB acústico) são indicados para empreendimentos que necessitam de alto isolamento acústico, como fachadas expostas a níveis sonoros muito elevados e na indústria automobilística. “Os vidros monolíticos ou com PVB convencional têm perda de isolamento na chamada frequência crítica. As películas especiais ajudam a reduzir justamente esse fenômeno”, fala o arquiteto, lembrando que a espessura desse revestimento pode variar, afetando o desempenho acústico do vidro.

LOCALIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO

Estudando a vizinhança do empreendimento, é possível separar os ruídos dentro de três classes distintas. “Pela ABNT NBR 15575, os critérios para classificação são subjetivos. Por isso, a Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica) elaborou o Manual para Classe de Ruído das Edificações Habitacionais”, diz Holtz.

Segundo a publicação, disponível gratuitamente no site da entidade, o primeiro conjunto é dos edifícios distantes de fontes de ruídos intensos. A segunda classe são os prédios construídos em áreas com situações de barulho que não se enquadram nos outros dois grupos. Já a terceira são as habitações sujeitas a sons intensos produzidos por meios de transportes ou de outras naturezas. “A tipologia do vidro passa a importar neste último caso”, fala o arquiteto.

ISOLAMENTO INTERNO X EXTERNO

Há diferenças no vidro acústico especificado para a área externa em relação àquele utilizado internamente. Quando dentro da edificação, o material deve ser pensado para o isolamento de médias frequências, pois é a faixa onde estão os ruídos do cotidiano. Já nas fachadas, o barulho urbano passa a ser preponderante; com isso, o desempenho em baixas frequências ganha importância.

O PAPEL DOS CAIXILHOS

O desempenho do caixilho deve acompanhar o do vidro. “No Brasil, temos poucos sistemas de esquadria de alto desempenho isolante acústico. Entretanto, o panorama está mudando em função da ABNT NBR 15575, inclusive, com muitas novidades voltadas para as habitações populares”, comenta Holtz. Junto do caixilho, há ainda os componentes que precisam ser adequadamente especificados.

Para garantir a vedação total, as frestas precisam ser evitadas a todo custo. Por isso, o sistema de marco, contramarco e ferragens deve ser de qualidade e instalado visando máxima estanqueidade. “Um dos pontos mais vulneráveis no desempenho das fachadas está relacionado com a instalação dos elementos das esquadrias, que devem ser executadas de maneira hermética quanto a possíveis frestas e desalinhamentos”, destaca o especialista.

Depois de instalados, o usuário final precisa ter cuidado especial com a manutenção dos componentes. “Ferragens quebradas ou deformadas, além de gaxetas ressecadas ou que se soltam, podem reduzir drasticamente o isolamento acústico, sendo necessária sua verificação periódica e eventual substituição", recomenda o arquiteto.

INVESTIMENTOS

O investimento necessário no produto depende diretamente do índice de isolamento que se pretende atingir. Janelas acústicas podem ser executadas com desempenho variando de Rw=30dB até 50dB, em casos extremos. O preço dos materiais subirá exponencialmente junto da performance. “Janelas ‘comuns’ podem ter boa qualidade acústica se bem planejadas para tal, em termos de perfilados, vedações e instalação”, finaliza Holtz.

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