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Nacional
Domingo, 04 de fevereiro de 2018, 13h45

Rombo no combate ao Aedes aegypti teria sido menor com uso de aviões


O relatório da consultoria Sense Company sobre o prejuízo de R$ 2,3 bilhões causados ao Brasil pelo avanço da dengue, zika e chikungunya em 2016 chamou a atenção do presidente do Sindag, Júlio Augusto Kämpf. Ele explica que se o uso de aviões em zonas de epidemias já tivesse sido testado e efetivado no País, a técnica teria contribuído significativamente para diminuir o rombo apontado no estudo – divulgado esta semana na imprensa e encomendado pela Oxitec, uma empresa que produz mosquitos transgênicos.

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“Os dados da consultoria revelam que R$ 1,47 bilhões foram somente para o combate aos mosquitos. Justamente onde teríamos feito a diferença, já que com ao avião não haveria o retrabalho que se verifica nas operações em terra”, argumenta. Desde 2004 o sindicato aeroagrícola vem propondo a realização de testes no Brasil para o uso de aviões contra mosquitos, adequando uma técnica que é comum há mais de 50 anos em outros países e que no Brasil já salvou vidas nos anos 70, no litoral paulista.

Enquanto isso, em uma iniciativa mais recente sobre o tema, o Sindag aguarda o desdobramento documento enviado em janeiro ao Ministério da Agricultura propondo a aplicação aérea de larvicidas biológicos em áreas rurais de São Paulo e Minas Gerais para combate à febre amarela. Principalmente em São Paulo, Estado que foi considerado área de risco para febre amarela pela Organização Mundial de Saúde (OMS) depois de 364 casos notificados e 50 mortes pela doença. Sem contar ainda as 13 mortes atribuídas à doença registradas no Rio de Janeiro neste ano.

VANTAGENS
Além de evitar o evento de “lava-fachada”, diminuindo as aplicações em frente das casas, a aplicação aérea também evitaria o desenvolvimento de imunidade aos produtos por parte dos mosquitos. Isso porque se reduziria as chances de reinfestação a partir de insetos que se escondem em áreas fora do alcance dos fumacês. Isso porque a principal vantagem apontada pelo sindicato aeroagrícola é que o avião é abrangente na aplicação, fazendo com que o produto contra mosquitos chegue nos fundos de terrenos baldios e áreas longe das vias públicas.

Para Kämpf, o único motivo plausível para que os testes ainda não tenham ocorrido é a falta de informação de autoridades e até uma dose de preconceito. “Até porque, como estamos falando em testes, é justamente para colocarmos todas as dúvidas à prova.” O presidente lembra que, enquanto no Brasil não há movimento nem para esclarecer as dúvidas no combate a epidemias, nos Estados Unidos, por exemplo, a técnica é usada ainda na fase de prevenção. Tanto por iniciativa de prefeituras em casos de constatação de presença do Aedes, como pela própria Força Aérea em ações após furações, para evitar infestações de insetos.

SOBRE O ESTUDO
O levantamento feito pela Sense Company verificou os gastos no País com o avanço em 2016 de três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, zika e chikungunya. Foi um ano recorde de doentes, com mais de 2 milhões de casos. O prejuízo causado pelas doenças representou cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma de toda a riqueza produzida no País). Valor altíssimo para doenças que poderiam ser evitadas. O estudo considerou os custos de combate ao mosquito (por repasse de recursos federais para larvicidas e inseticidas, por exemplo), os custos médicos de diagnóstico e tratamento das doenças e os custos indiretos, como faltas ao trabalho por causa da doença e perda da produtividade.

Os prejuízos são ainda maiores do que os apontados na pesquisa, já que o estudo não levou em conta prejuízos de longo prazo com a microcefalia e outras doenças neurológicas, por exemplo, nem com a morte de alguns pacientes. O levantamento separou ainda os gastos por Estados. Um ranking liderado por Minas Gerais, que teve prejuízos de mais de R$ 320 milhões, seguido de São Paulo, com R$ 255 milhões em perdas.

 




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