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O Ministério Público (MP) de Goiás deflagrou, na manhã de hoje (19), a Operação Caifás, que investiga desvios de cerca de R$ 2 milhões por membros da administração central da diocese de Formosa e de paróquias associadas. Por determinação do MP, policiais civis cumprem 13 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão nos municípios de Formosa, Posse e Planaltina, em residências, dependências da diocese e em um mosteiro.
Atualização 13h01: Na Operação foi preso o bispo de Formosa (GO), José Ronaldo Ribeiro, juntamente com quatro padres e um monsenhor, em Goiás, pela suspeita de desvios de recursos públicos da Igreja Católica. Ele é de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Antes de Formosa, ele foi bispo de Janaúba, no Norte de Minas, onde o nome dele também esteve envolvido em denúncias de irregularidades na movimentação de recursos da Igreja Católica - como informa o jornal eletrônico EM.
Os valores desviados pela cúria são provenientes de dízimos, doações e taxas pagas pelos fiéis para cobrir batismos, casamentos e cerimônias afins. Segundo o MP, com o avanço das apurações, é muito provável que a quantia subtraída pelo grupo criminoso supere a estimativa informada pela assessoria de imprensa do órgão. O número preciso deve ser conhecido dentro de uma semana, quando o processo será protocolado.
O MP passou a averiguar os fatos após fiéis comunicarem aos promotores a suspeita de desfalques que teriam sido iniciados em 2015.
A operação é coordenada pelos promotores de Justiça Fernanda Balbinot e Douglas Chegury e conta com a atuação de integrantes do Centro de Inteligência e do Gabinete de Segurança Institucional do MP, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Entorno do Distrito Federal e, ainda, da Polícia Militar.
O nome da operação é uma alusão a Joseph Caiaphas que, de acordo com a Bíblia, foi o sumo sacerdote que entregou Jesus a Pôncio Pilatos.
A Agência Brasil procurou a Diocese de Formosa, mas não obteve retorno.
Imagem G1 - Reprodução PlantãoNews |
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ABr
Transferência e roubo de bolsas de fiéis dentro da igreja
Histórico (EM): Dom José Ronaldo assumiu a Diocese de Janaúba em agosto de 2007, logo depois de ser nomeado bispo pelo papa Bento XVI. Ele foi ordenado presbítero em maio de 1985. Antes da nomeação como bispo, era padre na Paróquia Imaculada Conceição, em Sobradinho (DF). Em 2010, após dom José Ronaldo ter nomeado um irmão dele para a gerência de Finanças da Diocese de Janaúba, surgiram denúncias de irregularidades na movimentação de recursos da Igreja Católica na cidade.
Mas, o bispo negou a acusação de desvios, que atribuiu a “algumas pessoas” que, segundo ele, agiam de “maneira orquestrada como forma de desestabilizar “ a sua gestão frente à igreja. “Estou em paz. Tenho dado o melhor de mim para a evangelização na Diocese", declarou dom José Ronaldo, em entrevista a um jornal local, quando Janaúba recebeu a visita do núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri. As suspeitas não chegaramm a ser investigadas, sem a abertura de nenhum inquerito.
Na sequência, surgiram denúncias que jovens que moravam com dom José Ronaldo na Residência Diocesana estavam furtando bolsas e carteiras dos fiéis dentro da igreja. Os rapazes tinham sido levados de Brasilia para Janaúba pelo bispo. O líder religioso voltou a negar as acusações. Mas, houve filmagens dos furtos durante as missas e foi instaurado inquérito pela policia civil para investigar o caso.
Em novembro de 2014, dom José Ronaldo foi transferido pelo papa Francisco para Formosa.
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