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Nacional
Terça, 03 de julho de 2018, 21h43

DNIT desenvolve metodologia premiada de manejo ambiental para proteger peixes-anuais


Com o intuito de atender a legislação ambiental, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) adota em obras de infraestrutura rodoviária medidas que dialogam com o meio ambiente. No sul do Rio Grande do Sul, ao longo da duplicação da BR-116/RS, entre Guaíba e Pelotas, e da BR-116/392/RS, entre Pelotas e Rio Grande, os estudos ambientais identificaram a ocorrência de peixes anuais da família rivulidae, em charcos na faixa de domínio dos empreendimentos. Em busca da conservação desses animais, o DNIT então desenvolveu e executou metodologias inovadoras de manejo ambiental.

Em 2011, durante os estudos desses empreendimentos, foi constatada a existência de quatro espécies de peixes-anuais nos lagos temporários que seriam interceptados pela rodovia, sendo que duas pertencem à lista de espécies ameaçadas de extinção e uma era considerada nova. A partir do trabalho conjunto dos engenheiros do DNIT, da gestão ambiental do empreendimento e do Instituto Pró-Pampa, especializado no assunto, apresentou-se ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o projeto de manejo e conservação destes animais no empreendimento.

Durante o período de chuvas daquele ano, os peixes que estavam nos charcos que seriam impactados pela obra foram capturados e levados para ambientes próximos. Já as parcelas de solo onde se encontravam os ovos dos animais, foram realocadas somente durante o período de seca, no primeiro semestre de 2012, e direcionadas para áreas com características ambientais semelhantes. Como medida compensatória foi realizado um mapeamento de ocorrência destas espécies em uma área de cinco quilômetros em cada lado do trecho.

No total foram realocadas 280 parcelas de solo e resgatados 2.401 peixes. Com a eficácia do projeto, o DNIT foi um dos 18 finalistas dos 888 inscritos ao Prêmio Nacional da Biodiversidade, concedido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e convidado a dividir sua experiência na formulação no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Rivulideos Ameaçados de Extinção (PAN/Rivulideos), elaborado pelo ICMBio em 2012.

Para que a população local conhecesse informações sobre os peixes-anuais da região das obras, da BR-392/RS, eles foram retratados no livro “Nossos Bichos”, produzido pelo DNIT em 2013 e distribuído no estado.

Já na BR-116/RS, durante o monitoramento de fauna, identificou-se a existência de um charco temporário próximo ao acesso ao município de Arroio do Padre. Por se tratar de uma espécie que só existe em dois pontos da região e por não existirem outros charcos próximos a este local, o que dificultaria a realocação do substrato, o DNIT adequou o projeto da duplicação. Com a modificação, o charco não será impactado, além de serem adotadas medidas de construção de uma barreira de contenção e sistema de drenagem.

Mas e o que são peixes-anuais?

Os rivulídeos são pequenos peixes, em torno de 5,0 cm, que vivem em lagos e charcos temporários.Também são conhecidos como peixes-anuais, pois seu ciclo de vida é de apenas um ano: no período de chuvas, o nível da água sobe e os ovos da estação anterior eclodem, rapidamente se transformando em adultos aptos a se reproduzir. Antes do fim da estação chuvosa, o ciclo reprodutivo já se encontra finalizado e, quando a lagoa secar, restarão apenas os ovos, resistentes à desidratação, esperando o próximo ano.
Conheça mais sobre o manejo dos peixes-anuais no site do Ibama.

Conheça o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Rivulideos Ameaçados de Extinção (PAN/Rivulideos) no site do ICMBio 




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