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As três principais marcas de carros que não têm fábricas no país registraram, por aqui, aumento nas vendas entre 27% e 80% no ano passado em comparação com 2009
Com maior oferta no mercado brasileiro e preços mais competivos, os carros fabricados no exteriorMais do que comprar carro novo, o brasileiro está decidindo por veículos importados. O mercado de automóveis celebrou recordes de produção e venda em 2010, mas, proporcionalmente, o maior crescimento foi entre os veículos vindos de fora do país. A venda deles aumentou 37,13% no Brasil, enquanto a de carros nacionais registrou alta de 2,45%.
Ofenômeno da venda maior de importados é visto também em SC. As três principais marcas de carros que não têm fábricas no país registraram, por aqui, aumento nas vendas entre 27% e 80% no ano passado em comparação com 2009.
Os modelos mais vendidos são, predominantemente, os de uma linha mais popular. Entre os 20 automóveis mais comercializados em 2010, 15 custavam até R$ 60 mil.
Cada marca tem as suas estratégias de comercialização e público, mas todas concordam que o catarinense está ousando mais. A concorrência entre as empresas e o mercado aquecido está pressionando os preços para baixo e tornando a compra de alguns modelos mais acessível. Existe até fila de espera para os mais procurados.
O maior volume de importações continua sendo feito por marcas que têm fábricas e montadoras no Brasil. Em 2010, 83,96% dos veículos importados emplacados no país foram trazidos por marcas como GM, Fiat e Ford. Empresas que não têm montadoras no país responderam pelo restante das importações – pouco mais de 16%.
A Argentina é a principal fornecedora, respondendo por mais de 50% das importações em 2009. Em seguida, aparecem Coreia do Sul, México, Alemanha e Japão. Os carros importados pela Argentina e pelo México, que têm acordos comerciais com o Brasil, pagam tarifa zero na importação, enquanto os veículos que vêm de outros mercados pagam 35% de imposto para dar entrada no país.
A Kia Motors liderou, em 2010, o volume de importações entre as empresas que não têm montadoras no Brasil, seguida pela BMW e pela Chery. Os seis modelos importados campeões em venda no país no ano passado são da Kia. Em Santa Catarina, o grupo Power Imports, com seis concessionárias e dois pontos de vendas da Kia, registrou um aumento de 80% na comercialização.
– Contribuiu para este resultado o lançamento de seis novos produtos, as mudanças no design dos veículos e os novos acessórios. Para este ano, prevemos passar de 2,7 mil veículos vendidos, resultado de 2010, para 4 mil – projeta Alexandre Finardi, proprietário da Power Imports.
Para ajudar nesta conta, a empresa vai inaugurar uma nova loja em Jaraguá do Sul, em março. Um indicativo da procura aquecida da marca é que as versões mais caras do novo Sportage têm fila de espera de três meses.
Kia estuda entrada por portos de SC - Marca líder na importação de carros no país desde 2001, a Kia estuda migrar parte da entrada de seus veículos do Porto de Vitória, no Espírito Santo, para algum dos portos de Santa Catarina. Com a perspectiva de trazer 107 mil veículos para o Brasil este ano – um aumento de 96,7% em relação a 2010 –, a empresa está avaliando parcerias e a estrutura dos portos catarinenses para efetuar parte de sua movimentação por aqui.
– Atualmente, 80% dos carros importados pelo país chegam por Vitória. Talvez não consigamos atingir a meta de importações deste ano trabalhando apenas por aquele porto. Por isso estamos avaliando se seria possível trazer pelo menos um terço das importações por SC – adianta Wilson Martins, gerente regional de vendas da Kia para SC e PR.
Mas não basta escolher um porto e começar a importar os carros da Coreia do Sul. Martins afirma que talvez sejam necessárias adaptações na estrutura do porto escolhido para que seja possível acondicionar até 6 mil veículos em um pátio, por exemplo.
A instalação de uma fábrica da Kia no país está fora de questão. Pelo menos, por enquanto.
– Pelas condições econômicas atuais, especialmente a alta carga tributária, é mais barato trazer os nossos carros de fora do que produzi-los por aqui – pondera Martins.
Diário Catarinense
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