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Variedades
Sexta, 05 de maio de 2017, 10h36

Oficinas promovem novas oportunidades e inclusão social


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Na noite de quarta-feira (03.04), mais de 200 figurantes do Auto da Paixão de Cristo lotaram o Cine Teatro Cuiabá para receber os certificados de participação na peça encenada no Sesi Papa, em Cuiabá, entre os dias 11 e 16 de abril. Do total de atores amadores que participaram da peça este ano, 117 são pessoas em situação de vulnerabilidade social incluídas na montagem.

O Auto da Paixão de Cristo é realizado pela Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas-MT), com direção geral do Grupo Cena Onze. A peça representa uma oportunidade de transformação na vida das pessoas, e a mudança começa pela capacitação, em oficinas nas áreas de confecção de figurino, cenários, atores, maquiagem de caracterização, adereços e dança.

“Todas as oficinas foram certificadas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Dessa forma, são contabilizadas como carga horária para o currículo ou para remissão de pena, no caso do recuperando. Além da certificação, todos levam dessa experiência a troca com pessoas de origem, classe social e histórias de vida muito diferentes”, conta o diretor geral do Grupo Cena Onze, Flávio Ferreira.

As 117 pessoas em situação de vulnerabilidade social que foram incluídas na montagem também participaram de oficinas, a exemplo de dança e cenografia, e ainda atuaram como figurantes. "O Governo do Estado cumpre, assim, o papel social de transformar a vida das pessoas. E não deixar nenhum mato-grossense para trás", afirma o titular da Setas, Max Russi.

A oportunidade de atuar e a experiência de conviver com pessoas tão diferentes atraiu Fernanda Maciel, de 12 anos, para o teatro. Desde o ano passado, ela é um dos anjos presentes na ressurreição de Jesus Cristo. A mãe, Cláudia Maciel Piza, conta que nunca estimulou o dom artístico, foi a jovem quem procurou informação sobre cursos de dança e atuação na Capital, e logo iniciou no Cena Onze.

“Essa foi a primeira vez que eu deixei ela em um curso sem acompanhar, mas fiz porque ela está há dois anos no grupo e eles transmitem essa confiança. A equipe que se forma para a encenação do Auto é uma família, eles não têm preconceito, e essa educação de tolerância e respeito às diferenças é que eu quero pra ela”, afirma Cláudia.

Quem conseguiu uma nova vida a partir da participação na encenação foi L.L., de 21 anos. A jovem esteve reclusa no Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, por dois anos e sete meses, progrediu de pena para o regime semiaberto e trabalha como serviços gerais no Cine Teatro.

“Hoje, é meu primeiro dia de trabalho no Cine Teatro. E consegui essa vaga depois de dois anos na peça. Em 2016, fiz figuração e esse ano, como estava perto de sair, cedi a vaga na figuração para outra colega do regime fechado e trabalhei na limpeza do Auto”, conta L.L.

Já para os participantes da Associação de Catadores Mato Grosso Sustentável (Asmats) da Capital e de Várzea Grande, as oportunidades vão além da atuação. É o que conta Maria Aparecida do Nascimento, a Cidinha, que trabalha no aterro sanitário de Várzea Grande há 23 anos e, desde o ano passado, coleta recicláveis no evento da Setas.

“A inclusão social ocorre no momento em que o Governo do Estado leva o catador até o evento, e nesse caso ainda recebemos alimentação. Nós nos sentimos mais humanos, somos tratados em igualdade com outras pessoas e acontece a interação social. E acreditamos que esse é o caminho, porque nós trabalhamos no lixão, mas não é agradável, tentamos nos organizar da melhor maneira, mas só com a educação ambiental da sociedade e esse apoio do Estado será possível trabalhar realmente com coleta seletiva”, vislumbra Cidinha.

 




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