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Variedades
Quarta, 24 de outubro de 2018, 18h35

Estação TJ recebe precursor do audiovisual em MT


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Com a paixão pelas artes cênicas percorrendo suas veias antes mesmo do nascimento, Amauri Tangará é um dos precursores do audiovisual mato-grossense, produzindo filmes, séries, peças de teatro, oficinas e outras diversas produções artísticas por todo o Estado há mais de 40 anos. Ele foi o convidado do programa radiofônico Estação da Arte desta quarta-feira (24 de outubro) e contou um pouco de sua história na rádio web do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Na entrevista concedida à Estação TJ, Amauri contou que era frequentador assíduo do Cine Paranavaí ainda amamentando, no Estado do Paraná, juntamente com a mãe, uma analfabeta apaixonada por cinema. Seu pai, também muito humilde e sem instrução escolar, era encantado por circo. Foram as duas paixões herdadas dos pais que deram o start para sua trajetória como ator, dramaturgo e produtor de audiovisual.

“Tenho o grande privilégio de ter saído de uma família caipira, pobre, mas com esse privilégio de que minha mãe era apaixonada por cinema e meu pai por circo. Iam a cavalo, iam de carroça, mas iam ao cinema. Quando chegava um circo na cidade, se não tínhamos dinheiro para pagar, meu pai se oferecia para ajudar a montar alguma coisa para podermos entrar no circo”, conta.

Na década de 1970, a família se mudou para Tangará da Serra e Amauri começou a desenvolver iniciativas de grupos de teatro na escola e na igreja, juntamente com outros jovens interessados em artes cênicas. Surgiu a partir dessa experiência o espetáculo “O Preço”, em 1978, que estreou com grande sucesso no Cine Teatro Cuiabá e percorreu todo o país.

“Era como se hoje fôssemos convidados para ir para a Broadway, você imagina. Nós viemos com aquele medo danado e fizemos a peça, o pessoal aplaudiu e fomos embora. Passados uns dias, alguém chega em Tangará com um jornal com uma foto enorme dizendo: ‘nosso teatro está vivo’. Aquilo nos acendeu tanto, fizemos uma turnê pelo Estado e acabamos no nordeste inteiro, no festival de teatro de Campina Grande, na Paraíba, que era o maior festival da época”, relembra Amauri.

Desde então, suas produções se estruturaram na Cia D’Artes do Brasil em parceria com dezenas de artistas mato-grossenses não pararam mais, se expandindo por Mato Grosso, por outras cidades brasileiras e também por mais de 42 países ao longo de todos esses anos.

O ofício de Amauri também incluiu a formação de uma legião de novos cineastas e profissionais do audiovisual em geral – mercado este que ele defende veementemente, incentivando cada vez mais pessoas a trabalharem com cinema, teatro e cultura nas suas mais variadas formas.

Na entrevista, ele ponderou os avanços que o cinema brasileiro obteve nas últimas décadas com a implantação do fundo setorial do audiovisual, que permitiu o desenvolvimento do setor, ainda que a duras penas, tornando possível incentivar a potência que Mato Grosso tem no mercado audiovisual nas fronteiras do Brasil e do mundo.

“Mato Grosso tem condições de se tornar um polo do audiovisual. Temos condições de produzir cinema sem depender de gente de fora. O audiovisual emprega mais pessoas que a indústria automobilística”, defendeu.

Pantanal e outros bichos – Atualmente, Amauri está se dedicando a um grande projeto chamado “O Pantanal e Outros Bichos”, que consiste em uma série produzida no pantanal mato-grossense com profissionais, equipamentos, estrutura e custeio totalmente centralizado em Mato Grosso. Ele aposta na produção como um trabalho a longo prazo, previsto para ser contínuo nos próximos dez anos.

“Sempre falo que eu vivo de teatro e morro de cinema. Audiovisual não é brincadeira, é trabalho e muito trabalho. Só existe uma forma de fazer as coisas, que é fazendo, botando a mão na massa. Cinema é muito trabalhoso, mas é delicioso. É um vício que você não consegue fugir mais”, acrescenta.
 




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