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Terça, 30 de novembro de 2010, 19h07

Curso qualifica comunicadores de rádios comunitárias em MT


Em meio à região amazônica, dentro de um assentamento, Ana Lúcia de Carvalho tem uma função importante: ela é locutora na rádio comunitária “Amazônia FM”, único meio de comunicação que atinge a localidade, onde vivem 6 mil pessoas. E, por saber que realiza um trabalho fundamental, viajou 700 quilômetros de Tabaporã, distrito de Nova Fronteira, até Cuiabá, para participar do “Curso de Formação em Radiojornalismo”, que está sendo realizado na capital pela Unesco em parceria com a Ong Jequitibá.

 

O curso começou segunda-feira, ontem (29/11), e segue até sexta-feira (03/12). Está sendo ministrado a 22 participantes, de diversas rádios comunitárias, pelos jornalistas suíços Jean Jacques Fontaine e Yves Magat, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), das 9h às 17h.

 

Para Ana Lúcia, essa qualificação “vai mudar tudo” em sua vida de comunicadora. Tanto pelo aprendizado que poderá dividir com as outras pessoas da rádio, quanto pela troca de conhecimento de conversas com pessoas de outros lugares e com os palestrantes.

 

O objetivo do curso é a capacitação dos comunicadores comunitários, para que utilizem a técnica com perfeição, atendendo assim ao seu bairro, a sua comunidade.

 

Técnica de entrevista foi o assunto tratado no primeiro dia do evento. Os comunicadores comunitários conheceram o passo a passo desde a preparação até o ato de entrevistar. Para praticar os conhecimentos apreendidos na parte da manhã, fizeram entrevistas entre si, foram às ruas entrevistar trabalhadores e trabalhadoras, empresas, pessoas em trânsito. Terminaram o dia ouvindo tudo, percebendo os erros e os acertos, o que é necessário melhorar.

 

Os suíços Yves e Jean estão gostando do trabalho em Cuiabá, já que as pessoas estão interessadas, participativas. Desde 2008 os dois fazem esse trabalho. Começaram no Rio de Janeiro. Ano passado foram ao Nordeste (em Recife, Aracaju e Salvador). Este ano estão ministrando o curso em Estados do Norte e do Centro-Oeste. Já passaram por Santarém, no Pará, e Brasília. Em 2008 e 2009, o projeto abrangeu 110 radialistas. Em 2011 o curso chega às regiões Sudeste e Sul.

 

Itamar Will participa da rádio Studio FM, no Pedra 90, um bairro periférico de Cuiabá. Segundo Will, o bairro tem uma forte característica de comunidade. Então “as pessoas se organizam facilmente em busca de um objetivo e, com a rádio, isso se torna ainda mais forte”. Os moradores do bairro participam ativamente da rádio. “As pessoas se envolvem. Quando chamamos as pessoas para participarem de algo sobre a rádio, sempre temos certeza de que as pessoas irão participar”. Para Itamar, o curso é uma possibilidade de preparação para ele e os outros colaboradores da rádio, para quem irá repassar o aprendizado.

 

Fátima Ferreira de Almeida, da Associação de rádio comunitária do Parque Geórgia, rádio “Voz do Povo FM”, também está “aprendendo bastante” no curso. A rádio do bairro iniciou as atividades, mas teve que parar por problemas de espaço físico inadequado e defeito de equipamento. Porém, esta semana realizam uma reunião para discutir o seu retorno.

 

A maioria das rádios inscritas no curso são ligadas à Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária em Mato Grosso (Abraço-MT). O presidente da Abraço-MT, Geremias dos Santos, entende que " esta Oficina veio a calhar na medida que os comunicadores comunitários precisam estar sempre se capacitando, se qualificando para que a programação das rádios comunitárias melhorem cada vez mais, na medida que as rádios comunitárias são uma realidade interessante nas comunidades e muitas vezes é o único veículo local de comunicação”.

 

Na visão de Geremias, as rádios de modo geral, inclusive as comunitárias, precisam ser produzidas com qualidade, para que esse meio de comunicação fantástico, que é a rádio, cumpra seu papel social. “Isso só alcançaremos com capacitação, com formação técnica”.




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