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Segunda, 27 de dezembro de 2010, 09h35
História

Revista eletrônica traz matéria comemorativa aos 40 anos da UFMT


A revista eletrônica Documento/Monumento, do Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional (NDIHR), do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), já disponibilizou no

site

 

a edição especial de dezembro - “Rios e História” – Vol.3, comemorativa aos 40 anos da UFMT.

Sob a organização de Pablo Diener e Maria de Fátima Costa, a edição especial traz artigos, resenhas de artigos republicados e transcrição de autoria de professores de instituições de ensino superior do Brasil e de outros países, a partir de um leque amplo de temas nos quais os rios se entrecruzam com o cotidiano dos humanos.

Virgílio Corrêa Filho (1887-1973) descreve como o Cuiabá passou a despejar suas águas diretamente sobre o corpo do Paraguai, abordando, com luxo de detalhes, um episódio marcante da mutável vida de um rio. O texto de autoria de Alejandra Vega Palma discute de que maneira as representações de espaços do “Novo Mundo” foram construídas com base num jogo de diferenças e similitudes, nas quais a Europa se autorepresentava, almejando, assim, contribuir para a legitimação das ações de conquista. Chiara Evangelista analisa a política posta em prática pelos indígenas do Pantanal durante o século XVIII, a reorganização dos espaços tribais e a redefinição das fronteiras étnicas frente ao avanço dos conquistadores ibéricos na região banhada pelo Alto Rio Paraguai.

Werner Steinbeiss apresenta, na forma de uma narrativa de viagem pela corrente dos rios Paraná/Paraguai, diversos momentos das observações realizadas in situ, recolhendo depoimentos dos habitantes dos espaços ribeirinhos e de personalidades da vida política e acadêmica da região. Yvette Sánchez discute a conexão da predominante capacidade de criação discursiva do rio, com seu caudal de metáforas sob a ótica de uma configuração antropomorfa, centrando a análise numa série de textos amazonenses que evocam este exuberante sistema fluvial.

Flora L. I. Salazar Ledesma revela os momentos mais relevantes da história da transformação da parte inferior da bacia do rio Mazapa (no Estado de Tabasco, México), que atualmente é conhecido como rio Grijalva Mexcalapa. Junto com o rio Usumacinta e o Grijalva, o Mazapa foi formador da planície aluvial do Golfo de México, na qual se sustenta a maior parte do Estado de Tabasco, no sudeste do México.

Rafael Sagredo Baeza analisa com base nas comissões hidrográficas do piloto José Moraleda na Patagônia ocidental, no estremo sul ocidental da América, entre 1793 e 1796, as condições geográficas deste espaço foram identificadas com as de canais e rios. Carlos D. Paz busca investigar e explicar a relação entre os indígenas e seu meio ambiente, mediante a análise das formas econômicas alcançadas, buscando compreender os processos sociopolíticos ocorridos na franja do espaço que corre entre aqueles rios. Francisco Palacio descreve o roteiro de viagem produzido na primeira metade do século XVIII. Nele, o autor, com raro senso de humor e com gracejos pessimistas, descreve os inumeráveis perigos que esperavam aqueles que se aventurassem a sair de São Paulo na busca de riquezas nas Minas do Cuiabá.

Alba González Jácome analisa a bacia do Alto Rio Lerma, atualmente uma planície onde se entrecruzam lugares cuja densidade populacional se expressa na abundância de zonas densamente urbanizadas, com construções habitacionais, lugares com comércio de todo tipo e escala, assim como também fábricas. Estes elementos do cenário atual estão conectados mediante numerosas estradas e caminhos que cruzam a planície formadora da bacia de três sistemas lacustres. Patrícia Dussel e Francisco A. Rubio Durán discutem a viabilidade de reconstrução dos fatores ambientais mais visíveis, mediante o tratamento das fontes documentais adequadas e utilizando dados não tradicionais, tais como os que são oferecidos pelos jornais. A análise se atém à história do Estado de Hidalgo, México, no final do século XIX, estudando o comportamento anômalo do curso do Rio das Avenidas.

Martin Coy identifica e analisa alguns dos campos de interação e as formas através das quais o planejamento urbano contemporâneo vem enfrentado os desafios em cidades com crescimento explosivo, cujos rios se encontram, na maioria deles, em situação cada vez mais degradada. Paris é tomado como um caso paradigmático e se traçam as linhas reitoras para analisar a situação latino-americana.

Maria de Fátima Costa, Pablo Diener e Jefferson Rodrigues da Silva observam, entre 1783 e 1792, a viagem filosófica que o Império português organizou à sua colônia sul-americana, percorreu os vastos territórios da Amazônia e do Pantanal. Comandada pelo naturalista luso-brasileiro Alexandre Rodrigues Ferreira, esta empresa tinha como objetivos fazer estudos de etnografia e observações filosóficas e políticas acerca das regiões percorridas, além de preparar materiais para o Real Museu de Lisboa. Artur H. F. Barcelos estuda de que maneira a ordem dos inacianos interveio como agente central nos rearranjos espaciais ocasionados pela conquista e colonização ibérica desses territórios, atuando não só através da evangelização das diversas nações indígenas, mas, e sobretudo, mediante a sua participação na construção do conhecimento cartográfico.

Esse número da revista eletrônica é quase, exclusivamente, dedicado a estudos embasados em fontes documentais, contando com a rica colaboração de investigadores de diversas instituições de ensino e pesquisa do Brasil e, atravessando rios, canais e mares, acolhendo as colaborações de autores de Gênova (Itália), Munique (Alemanha), Sankt Gallen/Basileia (Suíça), Cidade do México e Villahermosa (México), Santiago do Chile, Buenos Aires (Argentina), Sevilha (Espanha) e Innsbruck (Áustria).




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