Professores de salas de recursos multifuncionais participam de capacitação

Sessenta professores que atuam nas salas de recursos multifuncionais da rede estadual de ensino participam do Curso de Formação Continuada em Atendimento Educacional Especializado (AEE) nesta semana. O evento é parte de um projeto executado pela Gerência de Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT) que teve início em 2010 com objetivo de ampliar a oferta do processo de ensino/aprendizagem e inclusão social.

De segunda a sexta-feira (13 a 17 de junho) os professores debaterão as perspectivas, os desafios e as fragilidades do processo empregado nas salas de recursos. Os espaços instalados nas unidades de ensino são adaptados às necessidades dos estudantes especiais (cegos, surdos, com limitações intelectuais ou físicas ou com altas habilidades/superdotação). Esses ambientes possibilitam ao professor promover o aprendizado. Para a execução são utilizadas formas alternativas de aprendizagem com emprego de jogos, músicas, dinâmicas, softwares específicos, entre outros. Em Mato Grosso, 386 unidades (de um total de 724) possuem as Salas de Recursos.

A formação terá carga horária de 40 horas e é ministrado pela professora doutora Rita Vieira de Figueiredo, especialista em psicopedagogia e aprendizagem da Leitura e Escrita com alunos com Deficiência Mental, da Universidade Federal do Ceará. Ela também atua como coordenadora nacional do Ministério da Educação (MEC) na área e Atendimento Educacional Especializado. “O professor da Sala de Recursos não possui a atribuição única de atuar com um reforço. É parte do processo de inclusão. Irá explicitar o conteúdo aprendido em sala de aula”, sintetiza.

Cada turma da sala de recursos é composta de no máximo oito alunos. “O número é reduzido, justamente para propiciar um atendimento mais específico”, explica a gerente da Educação Especial da Seduc, Nágila Edilamar Zambonatto.

Nágila afirma que além da oferta de qualificação, o curso possibilita a sensibilização dos profissionais para que ajudem na inserção de pessoas que ainda estão fora das salas de aula. “Seja por desconhecimento, por vergonha da defasagem série/idade”. Os dados do Censo de 2006 indicavam que 45 mil pessoas com algum tipo de deficiência estavam fora da escola. “O Estado tem como atender a demanda, mas o trabalho é bilateral”.

DEPOIMENTO - Professora da rede estadual há quase 30 anos, Vera Lúcia, afirma que o fortalecimento do processo por intermédio das salas de recursos é evidente na Escola Estadual Daury Riva, no município de Juína, em que é lotada. “Os profissionais trocam experiências. Os ganhos ultrapassam o ambiente escolar. Já se percebe mudanças positivas no comportamento, na socialização, na curiosidade que demonstram frente às atividades".

Para a professora Terezinha Rosa da Silva, da Escola Estadual Etelvina Ferreira de Cerqueira Diamante, de Marcelândia, o estímulo é peça chave do conhecimento para os estudantes. " O estímulo é fundamental para esses alunos. Emprego técnicas com música, dinâmicas. Ainda não possuímos um espaço totalmente adequado, mas o aprendizado já apresenta melhoras", avalia.

ATENDIMENTO - Em Mato Grosso atualmente existem 11,5 mil estudantes com algum tipo de deficiência. Desse total, cerca de 700 estudam ems cinco unidades da rede estadual (Escolas Raio de Sol, Luz do Saber, Livre Aprender, Ceada e Centro de Habilitação Profissional). E outros cinco mil estudam em unidades filantrópicas que atuam com parceria da Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso, seja com recursos financeiros ou disponibilização pessoal. Os demais estão matriculados nas salas de ensino regular das unidades da rede estadual.