Dilmar critica falta de clareza em projeto de revitalização da Salgadeira

O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Minerais, deputado Dilmar Dal’ Bosco (DEM), criticou, durante vistoria no Complexo da Salgadeira na tarde de ontem, a falta de clareza do projeto de revitalização do balneário.

De acordo com ele, a burocracia do Estado na escolha da empresa, prejudicou a abertura de um dos maiores e mais acessíveis pontos turísticos de Mato Grosso para a Copa 2014. O local está fechado para o público desde 2010, mas as obras de revitalização tiveram início apenas em dezembro de 2013 após um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Estado e o Ministério Público.

A obra, avaliada em mais de R$ 6 milhões prevê a revitalização do bloco do Centro de Atendimento ao Turista, reforma do restaurante, lojas com artefatos locais, guarita e estacionamento para aproximadamente 100 carros, além de uma trilha suspensa e mirante. Na avaliação do parlamentar, o conceito do projeto destoa da finalidade do local que serviu durante décadas como um espaço público de lazer e banhos para moradores da Baixada Cuiabana.

“Entendemos a importância das adequações, mas é necessário buscar alternativas que contemplem a população, principalmente com a permissão de banhos nas cachoeiras e riachos, tendo em vista que a Salgadeira é um dos principais pontos turísticos das famílias da região metropolitana do Vale do Rio Cuiabá”, afirmou o parlamentar.

Dal’ Bosco lamentou a demora na execução do projeto, já que o local poderia receber milhares de turistas que virão a Cuiabá para acompanhar os quatro jogos da Copa do Mundo. “O governo não conseguiu fomentar nenhum dos pontos turísticos de Mato Grosso para receber os torcedores da Copa do Mundo, e um deles, é Salgadeira.

O projeto previa a entrega da metade da obra antes do Mundial, mas como podemos ver, não foi possível. Prometeram muito e não cumpriram nada. Infelizmente não vamos conseguir vender nossas belezas naturais, o que torna ainda maior a chance dos turistas não voltarem nunca mais aqui”, queixou-se. O diretor do Consórcio Salgadeira, responsável pelas obras, Domingos Moussalem afirmou que a primeira parte do projeto já está pronta com o plantio de 3.950 mudas de árvores nativas, para a recuperação da área degradada. Já a parte de construção civil deverá ser concluída em setembro deste ano.

Mas, a conclusão total deverá ocorrer em julho de 2015. Também estiveram presentes na vistoria, a deputado Teté Bezerra (PMDB), o engenheiro responsável pela obra, André Luís Lima Secchi e o coordenador da Prodestur, Reinaldo Vaz Guimarães.

ENTENDA - Em setembro de 2010, uma decisão judicial determinou a interdição do Complexo da Salgadeira em virtude de problemas ambientais, no entanto, o local continuou sendo utilizado como alternativa para o lazer. Em março de 2011, o MPE protocolou um pedido na Justiça para que a liminar que havia sido expedida em setembro de 2010, fosse realmente cumprida.

Na decisão judicial foi estabelecido que o Estado deveria apresentar projeto de revitalização que contemplasse a recuperação das áreas degradadas, o ordenamento territorial, a regularização das atividades e o uso racional dos espaços pelos turistas. O local, atualmente, é cercado por tapumes e não pode ser visitado.