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Sábado, 01 de janeiro de 2005, 00h00

Três mil caminhões param e pedem aumento do frete


Mais de três mil caminhões ligados a empresários da Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso (ATC) e pelo menos dois mil outros caminhões ligados à Frente Organizada do Transporte de Cargas do Paraná (FORT) estão parados em suas bases. O motivo é que as empresas transportadoras optaram por não movimentar suas frotas com o valor do frete abaixo do custo. Os empresários prometem não operar até que o mercado de frete ofereça margens de lucro que possibilitem a atuação da frota de caminhões.

Para discutir essa defasagem nos preços ofertados, em torno de 70 empresários do transporte de cargas ligados à ATC e à FORT estiveram reunidos na tarde de ontem, em Rondonópolis. Conforme o presidente da ATC, Dirceu Capeleto, o principal resultado da reunião foi a elaboração, em consenso, de uma planilha de custo bastante técnica e ampla do bitrem graneleiro para o estado de Mato Grosso.

O levantamento apontou que o custo operacional, por quilômetro rodado é de R$ 2,02 para caminhões bitrem em viagens com carga na ida e sem carga na volta ou vice-versa. No entanto, estão sendo oferecidos valores de frete até 20% abaixo do custo.

A partir desse levantamento, houve uma conscientização que, abaixo do custo, nós não podemos operar, sob o risco de agravar a já difícil situação em que se encontra o setor de transporte de cargas, repassou o empresário Dirceu Capeleto, exemplificando que, diante dessa situação, verifica-se, por exemplo, a impossibilidade no pagamento dos financiamentos dos caminhões e a inadimplência junto a fornecedores de insumos do transporte. Essa planilha serviu para um balizamento para operacionalizar o frete do transporte de cargas para o ano de 2006. Em condições de prejuízo, não há condições de atuar, completou o empresário.

Somados aos baixos preços ofertados pelas grandes empresas embarcadoras, Dirceu Capeleto citou que entram os altos custos que o transporte rodoviário vive atualmente. Na elaboração dessa planilha, os empresários levaram em conta 12 grupos de despesas que pesam na formação dos custos, como despesas administrativas, manutenção/pneus, óleo diesel, remuneração do motorista, impostos, depreciação, seguro, entre outros. Segundo o empresário, as empresas embarcadoras, geralmente, levam em conta apenas três variáveis (manutenção/pneus, óleo diesel e remuneração do motorista).

O resultado prático não tende a radicalizar com greve ou paralisação, até porque o mercado já está parado, avaliou o presidente da ATC. A partir de agora, Dirceu Capeleto informou que a planilha elaborada estará sendo distribuída para todos os interessados. Cada cooperativa ou transportadora poderá, livremente, negociar sua tarifa de frete. Mas é de consenso entre as transportadoras que abaixo do custo não irão atuar, continuou o empresário, reforçando que, a partir da planilha, há a consciência de quanto custa para operar.

A expectativa de preços melhores abrange principalmente o trimestre entre fevereiro e abril, período de maior movimento para o setor devido à colheita da soja. A partir do segundo semestre, naturalmente, há uma tendência de queda nos preços do frete no estado.

Neste momento, de acordo com informações da ATC, apenas um pequeno percentual dos caminhões das empresas transportadoras de cargas que atuam no estado está em operação.

No começo de fevereiro, haverá outra reunião do setor na sede da ATC, localizada às margens da BR-364.


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