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Quinta, 09 de abril de 2009, 21h37

Mortes, falta de médicos e de hospital leva população a protestar em Alto Garças




Pelo menos cem pessoas protestaram no final da tarde desta quinta-feira (9) pelas ruas de Alto Garças (365 km ao Sul de Cuiabá) contra o tratamento que vem sendo dispensado na área de saúde pela prefeitura. A morte de duas jovens na semana passada foi o pivô do protesto. A não retomada das obras do hospital municipal, a falta de secretário de Saúde e a ausência de médicos nos PSF’s são motivos de indignação das pessoas. O município tem cerca de 10 mil habitantes.

Na última sexta-feira, a 30 km de Alto Garças, em um acidente envolvendo uma Kombi da prefeitura, morreram as jovens Jéssica Teixeira, de 17 anos, e Valcilene Mariana de Souza, de 20 – esta levava consigo um filho de um ano que está internado em Alto Araguaia. As vítimas, incluindo outras sete pessoas feridas, retornavam de Rondonópolis após atendimento no hospital regional. A revolta é que o prefeito Roland Trentini (DEM) cancelou o contrato com um micro-ônibus que realizava o transporte e era regulamentado pelo Denit, oferecia conforto e principalmente segurança, ao contrário da frágil Kombi. O motivo pode ter conotação política, já que os serviços vinham sendo prestados desde a gestão anterior a Trentini.

Os manifestantes querem ainda que o prefeito retome de imediato as obras do hospital local, uma vez que já existe verba alocada pelo Ministério da Integração Nacional e União no valor de R$ 668 mil através de emenda do deputado federal do Paraná, Odílio Balbinott. O convênio foi celebrado na gestão anterior a Trentini mas não pôde ser utilizado devido o período eleitoral. Roland Trentini que já foi prefeito de Alto Garças entre 1996 a 2004 foi responsável pelo fechamento do único hospital da cidade nos últimos meses da sua gestão.


Hospital atendia satisfatoriamente população de toda região de Alto Garças até ser fechado por Trentini em 2004


A Sociedade Hospitalar Cristo Redendor funcionava há 40 anos. Ele exigiu do governo a construção de um novo prédio. Contudo tão logo as obras começaram, em agosto de 2004, suspendeu os repasses de recursos ao antigo hospital, levando ao seu fechamento. Com a crise do agronegócio durante os anos de 2005, 2006 e parte de 2007 a obra teve poucos avanços e agora recai a Trentini a responsabilidade pela conclusão, porém com mais sorte, já que o dinheiro já existe.

“Se tivéssemos o hospital, ou se tivéssemos o transporte seguro como havia, certamente não teríamos as mortes” criticou Olinda Oliveira, uma das manifestantes. Para Nelson Rossi, que também participou do ato, a população não pode ser tratada com tanto descaso.



População exige mais responsabilidade da administração de Alto Garças

Os manifestantes saíram do ponto onde há uma estátua de São Sebastião, Padroeiro da cidade, ao lado da BR 364, desceram pela principal avenida com cartazes e palavras de ordem e se concentraram em frente à prefeitura onde os cartazes foram afixados na porta, por não haver expediente hoje. Foi exigida a presença de Trentini. Em sua defesa apareceu seu compadre, Ivo Ruaro que tentou fazer a defesa.

Problemas com o setor de Saúde do município já causaram a perda da secretária de Saúde, Mirian Scott Krammer. No dia 31 a dentista pediu demissão do cargo. Dentre outros motivos haveria incompatibilidade com a vice-prefeita, Doutora Sueli, uma enfermeira lotada na secretaria de Saúde do governo do Estado em Cuiabá, mas em licença da função. Não há médicos atendendo nos PSF’s da cidade. A concentração é no Posto de Saúde, distante da maioria da população que precisa de assistência.

Além da mobilização, os moradores fizeram um abaixo assinado que será entregue na semana que vem ao promotor público Wdison Luiz Franco Mendes. No documento pedem que o órgão investigue a responsabilidade pelo acidente com a Kombi da prefeitura, a legalização do veículo, a capacitação do condutor, a falta de itens de segurança e se o veículo estava regulamentado pelo Denit para o transporte de passageiros em rodovias, além da questão com indenização aos parentes dos mortos e dos feridos. Requerem ainda que a atual administração seja notificada a retomar as obras do hospital, uma vez que os recursos já estão disponíveis.



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