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Geral
Domingo, 05 de agosto de 2018, 19h39

Como cuidar das nossas cidades sem deixar ninguém para trás?


Não é de agora que o mundo observa o inchaço das grandes cidades. As metrópoles colocam-se como grande desafio estratégico para o planeta e a pergunta que não quer calar hoje é: Como assumir esse crescimento com sustentabilidade?

Como ser sustentável? Cuidando do “verde”, da “mobilidade”, da “paz”, da “felicidade”? É possível termos tudo isso, sem deixar nada, nem ninguém para trás?

Para se ter uma ideia, em 1950 só existiam duas cidades com população acima de 1 milhão de habitantes no Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2010, ambas apresentavam mais de 10 milhões de habitantes e no ano 2015, segundo estimativas da ONU, a região metropolitana de São Paulo, com 20,3 milhões de habitantes, passou a ser a quarta maior aglomeração urbana no mundo, antecedida por Tóquio, no Japão (28,9 milhões), Bombaim, na Índia (26,3 milhões) e Lagos, na Nigéria (24,6 milhões).

O reflexo disso é que passamos a viver em meio à poluição, sem espaço, rendidos ao consumo acentuado, ao estado de solidão e multidão em que convivemos paradoxalmente em nosso dia a dia. Celebramos cada vez mais o modo de vida urbano, as tecnologias, os aglomerados populacionais. Mas onde vamos parar com tantos smartphones se não tivermos calçadas decentes para circular, transporte de qualidade, áreas verdes para respirar?

Gestão integrada
Nesse contexto, o planejamento urbano passa assumir um papel fundamental na gestão pública. Como gerenciar esses grandes municípios que crescem a cada ano – não apenas de afiliados, mas principalmente de tamanho geográfico?

São Paulo, por exemplo, cresceu tanto pelas bordas que já se confunde com Santo André, São Bernardo, Guarulhos, e boa parte das 35 cidades que compõem hoje a sua região metropolitana. Não é mais possível pensar políticas públicas nestas cidades de maneira isolada, o gerenciamento tem de ser integrado e coexistente.

O transporte, a saúde, o emprego, educação, segurança, lazer, cultura... mobilidade urbana. Cada área de uma gestão precisa estabelecer horizontalmente suas necessidades, criando pontos de intersecção entre elas. Pensar, por exemplo, em políticas de inclusão para pessoas com deficiência não é apenas um dos elos dessa cadeia, pois os elos unem-se entre si tornando-se um só.

Não dá mais para pensar em calçada, por exemplo, sem pensar em transporte, educação, saúde, lazer, cultura. Isso porque todo mundo precisa de uma calçada para ter acesso a qualquer um desses serviços.

O transporte de qualidade, aliado a boas calçadas, estimula as pessoas a caminharem para seus destinos de trabalho ou educação, e assim favorecer sua saúde. A redução de doenças do coração, por exemplo, está diretamente ligada a caminhada. Ou seja, pensar em calçada é pensar em saúde pública.

Para ilustrar a necessidade dessa interação, podemos pensar em um cadeirante que mora em Rio Grande da Serra e que precisa fazer sua reabilitação em São Paulo, estudar em Santo André e trabalhar na sua cidade. Envolve, aqui, pelo menos cinco áreas de gestão (transporte, saúde, educação, mobilidade, emprego). E ainda, a acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Sustentabilidade e felicidade
Uma metrópole sustentável precisa que seu gerenciamento proponha um sistema de transporte público adequado a todos os cidadãos, que ofereça saúde de qualidade em qualquer lugar, que tenha instituições de ensino qualificadas, que permita acessibilidade em todas elas, que cuide da não degradação do meio ambiente, que ofereça emprego, habitação, que use as novas tecnologias para integrar todos esses componentes etc. E ainda que respeite e mantenha as diversas culturas que compõem esse cenário.




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