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Geral
Sábado, 20 de abril de 2019, 16h03

Representantes que não representam tentam ganhar notoriedade usando os caminhoneiros


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O setor de transportes no Brasil está cada dia mais turbulento, com os caminhoneiros, principalmente autônomos, sofrendo cada vez mais para poderem levar o sustento para casa. Em um país onde praticamente tudo o que é produzido é transportado por caminhões, a realidade poderia ser diferente. E qualquer movimento do governo, favorável ou contrário aos caminhoneiros é motivo para surgirem diversos boatos de uma nova greve nacional de caminhoneiros.

Desesperados para encontrar as lideranças dos caminhoneiros, a grande mídia acaba entrevistando diversos representantes dos caminhoneiros, que enchem o peito para ameaçar o governo e os ministros em nome dos caminhoneiros, mas que, de verdade, não representam nenhum caminhoneiro. E a cada paralisação surge um novo líder da categoria, que, de verdade, não tem liderança centralizada nenhuma.


E a greve de 2018 foi um reflexo perfeito disso. Cada ponto de protesto no Brasil tinha sua própria liderança, que tomava atitudes de acordo com o panorama geral da paralisação, e não seguindo o que era ditado por quem estava à frente do movimento, inicialmente Abcam e CNTA, e que depois surgiram de todos os lados gente gritando em nome dos caminhoneiros, se dizendo representantes, se passando pela voz das rodovias.

Agora pergunte para os caminhoneiros na estrada se eles conhecem, se identificam ou se sentem representados por essas lideranças. Mesmo aqueles representantes que estão atualmente negociando melhorias para a categoria com o governo, participando de diversas reuniões com ministros e outras autoridades, não são reconhecidos como representantes.

Qualquer matéria publicada com o nome dessas lideranças recebe muitos comentários dizendo que fulano não me representa, sicrano só quer se aproveitar e etc. E esses aproveitadores são comuns no meio das greves. Teve muita gente que começou erguendo a bandeira dos caminhoneiros para, logo depois, concorrer à uma cadeira como deputado, senador e etc. É o caso da nova liderança escolhida pela grande mídia.

Esse novo representante, a voz dos caminhoneiros de grandes portais, jornais e revistas, já foi candidato usando a hashtag #SomosTodosCaminhoneiros. Não se elegeu. Agora ameaça o governo em nome dos caminhoneiros.

A maioria dos caminhoneiros já entende as ideias por trás das lideranças, que, em geral, envolve ambição própria de quem se diz representante da classe, visando cargo público, acesso ao governo, e outros. Após conseguir seu lugar ao sol, os caminhoneiros são esquecidos novamente.

É preciso ter cuidado com esses representantes, suas intenções públicas e pessoais, para evitar que os caminhoneiros venham a ser massa de manobra eleitoreira. 




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