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Sábado, 17 de agosto de 2019, 18h01

Estágio desperta paixões e contribui para carreira de promotores de Justiça em MT


O estágio pode ser a porta de entrada para o mercado de trabalho, uma preparação para o futuro profissional ou até mesmo uma obrigação curricular. Mas bom mesmo é quando ele desperta paixões e contribui para as carreiras das pessoas. Este é o caso de alguns promotores de Justiça que chegaram ao posto após serem estagiários no Ministério Público do Estado de Mato Grosso. Pelo menos cinco membros da ativa foram selecionados em concurso no decorrer da faculdade e integraram o quadro de estagiários da instituição. São eles: José Jonas Sguarezi Junior, José Mariano de Almeida Neto, Milton Mattos da Silveira, Nayara Roman Mariano Scolfaro e Paulo José do Amaral Jarosiski.

De acordo com a Lei nº 11.788/2008, o estágio “é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos”. O MPMT possui atualmente cerca de 400 estagiários, todos de nível superior na área do Direito.

O presidente da Comissão de Exame de Seleção para Credenciamento de Estagiários do Ministério Público de Mato Grosso, promotor de Justiça José Mariano de Almeida Neto, conta que a experiência de ter estagiado no MPMT foi um divisor de águas para a carreira. “Sou da turma do primeiro concurso realizado, no ano 2000. Trabalhei como estagiário por mais de um ano em uma promotoria cível de Várzea Grande, com a doutora Valéria Perassoli Bertoldi. Na época, não pensava em ser promotor de Justiça. Foi o dia a dia como estagiário que despertou essa paixão, ver a doutora Valéria atuando, o profissionalismo dela, a conduta, determinação, o lado humano e o carinho com que tratava as pessoas. Ela foi um verdadeiro exemplo de atendimento humanizado, que levo para a vida”, narrou.

Pouco tempo depois, José Mariano ingressou como membro do MPMT, em 2004, com apenas 23 anos de idade. Para ele, além da motivação, do estágio nasceu o entusiamo pela profissão e ficaram os ensinamentos. “Hoje o promotor de Justiça precisa desse olhar mais humano, dessa atenção, resguardo e acolhimento para com o cidadão. Tudo que eu aprendi naquela época, ainda como estagiário”, afirmou.

O promotor José Jonas Sguarezi Junior, de Tangará da Serra, também foi estagiário em Várzea Grande, por dois anos, de 2001 a 2003. “Quando comecei estava no quinto semestre, meio perdido ainda. O estágio foi fundamental para descobrir o que realmente seguir como carreira. Trabalhei com promotores valorosos como o doutor Amarildo Fachone, doutora Valéria Bertoldi e doutora Maria Ângela Gadelha. O que me conquistou não foi somente a dedicação dos membros da instituição, mas o fato de o Ministério Público sempre defender o interesse público e ter independência funcional”, contou, pontuando que após o estágio prestou concurso somente para essa área, sendo aprovado para analista jurídico no MPMT em 2004, para promotor de Justiça no Paraná em 2008 e para promotor em Mato Grosso em 2009.

O atual secretário-geral do MPMT, promotor de Justiça Milton Mattos da Silveira, também foi estagiário da instituição, por volta de 2002. “Se eu não tivesse feito o estágio no Ministério Público, não teria passado no concurso para promotor. O estágio me facilitou muito porque algumas matérias que caíram na prova eu já conhecia. Em uma das questões pedia parecer para um caso de pedido de liberdade provisória por tráfico de drogas. Como fui estagiário na área criminal, estava acostumado a fazer pareceres em pedido de liberdade. Então quando vi essa questão, já sabia como resolver”, revelou.

Milton Mattos menciona que trabalhou como estagiário também na Justiça Federal e que uma das perguntas na prova para promotor de Justiça foi referente a recurso extraordinário nos juizados, assunto com o qual ele lidava. “Na prova caíram matérias relacionadas com a época em que fui estagiário e isso me ajudou demais”, garantiu. No MPMT, foi estagiário do procurador de Justiça Marcelo Ferra de Carvalho, que na época era promotor, quando ainda cursava o terceiro ano da faculdade. Trabalhou por aproximadamente oito meses e depois foi para a Justiça Federal, onde ficou por mais de um ano. Em 2005, também aos 23 anos, foi empossado como promotor de Justiça.

“O estágio foi importantíssimo para mim porque, além do aprendizado profissional, tive contato com os promotores de Justiça, juízes e estagiários, e uma acolhida muito boa dos promotores com os quais trabalhei na época, todos foram muitos atenciosos. O estágio no Ministério Público é muito bom porque o estudante atua na atividade-fim, mexe com processo, faz minutas de pareceres, denúncias, recursos e de alegações finais. Ou seja, é extremamente voltado à área finalística do Ministério Público. Então posso dizer que o estágio é com certeza o primeiro passo para a carreira profissional”, declarou Milton, ponderando que, como a seleção é por meio de concurso público, é preciso dedicação do aluno.

Vantagem - Conforme o promotor, a aprovação é apenas o primeiro passo de uma caminhada vantajosa. “Além de passar por uma prova, o estagiário será exigido a todo momento porque o promotor que for supervisioná-lo estará sempre cobrando. A leitura de peças jurídicas faz com que fiquemos cada vez mais familiarizados com a linguagem e formatação. Então o estágio é muito importante nesse sentido, além de trazer o conhecimento prático do funcionamento da máquina judiciária. Assim, sem sombra de dúvidas, quem tem a oportunidade de fazer estágio está à frente de quem não tem. O estagiário, por ter esse contato com o processo e o linguajar jurídico, sai em vantagem em qualquer concurso”, assegura.

Dica - E se você tem a pretensão de passar no concurso para estagiário ou seguir os passos na carreira jurídica, o secretário-geral do MPMT tem uma dica preciosa. “Sempre digo que o concurso público ou o exame da ordem começam no primeiro dia da faculdade de Direito. Sempre tive o costume de, desde o início da faculdade, fazer um estudo diário. Não adianta somente estudar para prova porque o conhecimento não é interiorizado. O estudo diário, de uma ou duas horas, permite que o conhecimento seja internalizado, as disciplinas sejam integradas e vistas como um sistema. Afinal, para passar em concurso não precisa ser especialista em todas as áreas, mas tem que ter um conhecimento razoável em todas as matérias”, asseverou.  




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