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Geral
Domingo, 09 de junho de 2002, 22h36

Crise leva médicos para a saúde pública


O número de consultórios médicos no Estado de São Paulo caiu cerca de 15%, enquanto o número de profissionais que migraram da saúde privada para a saúde pública aumentou 22%, por causa do baixo valor dos honorários. A forma encontrada pelos médicos para sobreviver nesse cenário é abrir menos dias da semana o consultório para diminuir os custos.

“O doutor começa a abrir o consultório duas ou três vezes por semana, depois passa para uma até fechar definitivamente”, conta a doutora Regina Parisi, presidente licenciada e conselheira do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CRM).

Outra providência tomada por alguns médicos é de cobrar dos clientes mais antigos, que são conveniados do grupo ao qual o médico pertencia antes de descredenciar-se, o mesmo valor pago pelos planos de saúde. Com isso, uma consulta que normalmente custa R$ 100 para paciente particular, acaba variando de R$ 20 a R$ 30, rendendo ao médico a mesma remuneração.

Apenas 1% dos consultórios do Estado de São Paulo consegue se manter apenas com consultas particulares, sem a participação de planos de saúde.

Outro problema encontrado pelos profissionais são as interferências em seu trabalho. Segundo Regina Parisi, muitas vezes as operadoras pressionam os médicos para diminuir os procedimentos que as oneram mais. “As operadoras pressionam os médicos a diminuir os números de exames e o tempo de internação de pessoas com doenças crônicas, que são as que têm um peso maior no orçamento dessas empresas”, afirma.

Outro problema apontado que desagrada aos médicos de uma forma geral é a não cobertura do período pré-operatório dos pacientes. “Se depender da vontade das operadoras, as pessoas entram no hospital apenas no dia da cirurgia, o que é humanamente impensável”, conta Regina.

Segundo a conselheira do CRM, os contratos estão dentro do regime da lei, mas o atendimento não corresponde às exigências. “Os médicos são pressionados a cumprir as exigências, senão eles seriam descredenciados”, diz Regina.




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