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Terça, 17 de setembro de 2002, 17h16

Adolescentes ignoram uso de contraceptivos


Durante o 7º Congresso Brasileiro de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência, que acontece em Cuiabá de 16 a 19 de outubro de 2002, no Centro de Eventos do Pantanal, será apresentado um estudo sobre o uso descontínuo de contraceptivos por parte dos adolescentes.

O estudo realizado pelas médicas Clésia Andrade Sadigursky, Tânia Ariani e Marta Maria M. Gregório da Universidade Federal da Bahia, Instituto de Perinatologia da Bahia será um dos temas em debate na mesa redonda Modelo de atenção global aos adolescentes, que terá como tema “Atenção integral a adolescência: experiência de Salvador”, que acontecerá no dia 18 de outubro, das 8:00 às 9:00 horas.
A gravidez na adolescência tem se constituído um grave problema de saúde pública, sendo muito difícil o seu controle não somente nos países sub-desenvolvidos, e em desenvolvimento, mas também nas grandes potencias mundial. No Brasil por exemplo, os métodos anticoncepcionais estão disponíveis na rede pública, entretanto as adolescentes descontinuam o uso dos mesmos.

Uma revisão da literatura tem demonstrado que não faltam informações sobre a prevenção dos agravos da relação sexual sem proteção, porém as adolescentes não têm demonstrado uma atitude coerente com os conhecimentos que têm.

O Instituto de Perinatologia da Bahia (IPERBA), tendo em vista o problema, se propôs a realizar um estudo epidemiológico, observacional, de corte transversal no período de agosto de 2000 a agosto de 2001, num universo de 324 adolescente. A finalidade era observar a descontinuação dos métodos contraceptivos e as motivações para este comportamento.

Os resultados demonstraram que 45,85% ou seja, 144 das adolescentes pesquisadas descontinuaram o uso dos contraceptivos. Do total de 324, 143 usavam os injetáveis trimestrais; 38,04% (88) descontinuaram o uso do método e 61,54% continuaram o uso regularmente. Dos adolescentes pesquisados, 124 usavam os anticoncepcionais orais, porém 55,64% (69) descontinuaram o uso das pílulas; 09 usavam a camisinha e 14 estavam em uso do DIU.

As razões para justificar este comportamento, segundo as pesquisadoras, não estão claras: 6,18% se referiram a dor de cabeça, aumento ou perda de peso, diminuição da libido e 1,85% engravidou.
Os programas educativos executados até o momento, na avaliação das pesquisadores, demonstraram que a informação tem chegado às adolescentes de maneira satisfatória. O que estaria faltando, portanto, seria o desenvolvimento de esquemas comportamentais, interligados a eficiência da escola, à atuação da mídia, a possibilidade de terem um projeto de vida e a uma ação conjunta de toda a sociedade visando minimizar os problemas que a gravidez inoportuna ou a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis possam produzir na vida dessas pessoas. Os programas educacionais devem estar voltados para a valorização do adolescente para que eles se sintam protagonistas de seu próprio destino, conclui o estudo.

Em Mato Grosso, segundo a delegada da Sogia-BR no Estado, Dr. Zuleide Cabral a situação não é diferente. “O índice de gravidez na adolescência em Mato Grosso está entre o cinco estados onde acontecem o maior número de casos, com repercussão psicológica e social”.

No Departamento de Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas do Hospital Júlio Muller de 30 a 35 dos partos e pré-natal realizados é de adolescentes. Para ela esse comportamento significa que está havendo uma mudança entre os jovens. “Não existe falta de informação. Temos que buscar estratégias para orientar nossos jovens no sentido de que tenham uma vida sexual baseada no prazer e acompanhada de responsabilidade”, salientou ela.

O 7º Congresso Brasileiro de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e da Adolescência é uma realização da Sociedade Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência (Sogia-BR), com apoio da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e Sociedade Mato-grossense de Ginecologia e Obstetrícia (SOMAGO).


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