Domingo, 29 de dezembro de 2002, 09h36
Fecombustíveis critica aumento da Petrobras na sexta
Menos de um mês depois de elevar seus preços e a quatro dias do final do governo Fernando Henrique Cardoso, a Petrobras reajustou novamente os combustíveis. A gasolina aumentou 12,8% nas refinarias a partir da meia-noite de hoje. O diesel subiu 11,3%. O gás de cozinha, 7,7%.
A Petrobras calculou em quanto os reajustes serão repassados ao consumidor. No caso da gasolina e do óleo diesel, o preço nas bombas deve aumentar 9,5%, se os revendedores não aumentarem suas margens nem os Estados, o ICMS. Para o gás de botijão, a alta esperada é de 4,9%.
Apesar da alta do petróleo, a Petrobras sofreu críticas por parte, principalmente, dos revendedores. A Fecombustíveis informou que o fato de o aumento ter ocorrido próximo ao feriado de Ano Novo e ter sido anunciado numa sexta-feira deixa os postos numa situação difícil.
É que as revendas ficaram sem ter como recompor estoques com preço antigo, pois as distribuidoras não funcionam no fim de semana, quando a entidade espera uma corrida dos consumidores aos postos para aproveitar o preço menor. A entidade estima queda de 1% nas vendas em decorrência dos reajustes.
Distribuidores apóiam - Já os distribuidores não compartilham das críticas. Tanto o Sindicom (sindicato das distribuidoras de combustíveis) como o Sindigás (sindicato das distribuidoras de gás) defendem o balizamento de preços pelo mercado internacional e a autonomia da estatal para anunciar reajustes.
Defensor da paridade com o mercado externo, Paulo Barata Ribeiro, diretor do Sindigás, disse que as distribuidoras não aproveitarão o aumento para elevar suas margens.
Defendemos o livre mercado sempre. Com o preço lá fora disparado, não tinha como a Petrobras segurar, disse Paulo Borguetti, diretor do Sindicom.
Borguetti acrescentou que o governo eleito ainda não sinalizou qual será sua política de preços para os combustíveis, mas disse esperar a manutenção da atual.