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Terça, 11 de março de 2003, 19h44

Lojistas de Goiás abandonam cartão de crédito


O consumidor que se acostumou a usar o cartão de crédito ou débito em alguns estabelecimentos comerciais pode ter uma surpresa desagradável na hora de pagar suas compras. Contrariando a intenção do Banco Central de substituir o uso do dinheiro de papel (cédulas e cheques) pelos meios eletrônicos de pagamento, algumas lojas de Goiânia estão deixando de aceitar cartões de crédito e débito, mesmo arcando com uma queda nas vendas. O problema começou quando a Secretaria da Fazenda (Sefaz) passou a exigir que as máquinas para recebimento de cartões fossem acopladas ao Emissor de Cupom Fiscal (ECF), equipamento que controla as vendas para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Os pequenos lojistas alegam que não conseguem suportar os custos para a implantação e manutenção do sistema. Isso porque o comerciante precisa desembolsar mais de R$ 5 mil, caso adquira todos os equipamentos necessários, como o Pinpad (máquina de leitura do cartão integrada ao ECF), o computador, o software de integração, placa de modem e placa multiserial. O lojista ainda reclama dos elevados custos dos serviços de manutenção dos programas instalados, que ultrapassam a R$ 1 mil por ano. Parte do investimento (cerca de R$ 1.900) é reposto pela Sefaz por meio de créditos sobre o ICMS, mas as lojas de pequeno porte têm dificuldade em assumir a diferença, que ultrapassa os R$ 3 mil.

Exemplos
É o caso da Mutirão dos Tecidos, uma das lojas que cancelou as vendas pelo cartão por causa do alto custo de implantação e manutenção das operações com o ECF. O gerente administrativo da loja, Waldir Machado dos Reis, explica que suas vendas recebidas com dinheiro de plástico (cerca de 15% do total) não justificavam o investimento na aquisição dos equipamentos. Segundo ele, o custo dos equipamentos é elevado para o lojista, que ainda precisa pagar uma taxa que varia de 3% a 6% sobre o valor da venda e um aluguel de R$ 80 mensais pelo uso da máquina eletrônica para as administradoras.

“O governo deveria ajudar o lojista na integração, fornecendo créditos em ICMS no valor de 100% do equipamento, assim como fez na implantação do ECF”, lembrou o gerente. Waldir Machado admite que já perdeu vendas depois da medida e não descarta a hipótese de voltar a aceitar os cartões.

Outro empresário que abandonou as vendas com cartão devido aos altos custos foi Alexandre Gabriel Neto, proprietário do Posto Via 63. Ele alega que as operadoras ficam com boa parte da margem de lucro dos postos de combustíveis, que é muito pequena, e que a exigência do ECF foi o motivo que faltava para que a empresa deixasse de aceitar o dinheiro de plástico. “Teríamos de gastar pelo menos R$ 7 mil para instalar todos os equipamentos.”


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