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Terça, 09 de dezembro de 2003, 22h01

Órgão propõe incentivo à cultura do trigo em MT


O passo decisivo para que Mato Grosso seja, também, um grande produtor de trigo está sendo definido no Seminário para Criação do Protocolo de Intenções para Apoio à Cultura do Trigo que acontece no auditório da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato).

O protocolo será assinado entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Governo do Estado, produtores, indústria, instituições de pesquisa e financeiras, nesta terça-feira, no encerramento do evento, às 17h30.

Segundo o secretário nacional de Política Agrícola do Mapa, Ivan Wedekin, o Governo Federal tem grande interesse no desenvolvimento da cultura do trigo no país para reduzir o volume de importações dentro de uma política de preços competitiva, ao contrário do que se viu no passado quando a União tinha uma política artificial garantindo a produção.

Até os anos 80, o Brasil que chegou a ser auto-suficiente na produção de trigo com cerca de oito milhões de toneladas, oferecia em subsídios US$ 2 bilhões. Era uma política artificial que foi extinta com a abertura das importações promovida no governo Collor, explicou. Agora, o secretário nacional de Política Agrícola, garante que o governo Federal pretende apoiar iniciativas como a do Estado de Mato Grosso.

Mato Grosso está fadado a ser grande. O trigo é uma alternativa de geração de renda para o produtor, sob o comando da tecnologia e com o lançamento da cultura no Zoneamento Agrícola do Mapa, constatou Wedekin. Com o zoneamento, o produtor passa a ter acesso a linhas de crédito específicas e ao seguro rural. O limite de financiamento para o trigo irrigado, de acordo com Ivan Wedekin, é de R$ 400 mil, e para o de sequeiro R$ 250 mil.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, Homero Pereira, é otimista em relação ao avanço da produção. Por que não plantar cinco mil hectares e começar a consolidar o trigo, cultura importante para o Estado e para o Brasil? A idéia deste seminário é justamente oficializar a introdução do trigo no Estado e no zoneamento do Mapa, diz o secretário, instigando os produtores.

Homero Pereira assegura que existem em Mato Grosso entre 600 mil a 700 mil hectares de terras em regiões acima de 600 metros de altitude, que são ideais para o cultivo do trigo. Os municípios de Alto Taquari e Alto Araguaia estão entre os mais promissores, neste sentido. Pereira destacou ainda o potencial para a produção irrigada, um exemplo é Primavera do Leste, a 230 quilômetros de Cuiabá.

O município tem em torno de 120 pivôs centrais que podem ser utilizados para o plantio do produto que é o segundo na pauta de importações do Brasil, perde apenas para o Petróleo. O país importa quase 50% do que consumo nacional de trigo.Em 2003, a produção brasileira foi de 5,140 milhões de toneladas para um consumo estimado em 9,3 milhões de toneladas entre agosto deste ano e julho de 2004.

EXPECTATIVAS POSITIVAS - Há dois anos a cadeia produtiva de trigo do país estipulou como meta a produção de 60% do consumo nacional até 2006, mas em 2003 a produção já atingiu 50%. A estratégia do Mapa é manter este índice ou até aumentá-lo considerando o incremento que a produção em Mato Grosso poderá representar para a Balança Comercial do país.

Produtores de trigo como Jorge Luiz Borghetti, de Primavera do Leste, estão apostando na cultura em 2004. Borghetti irá plantar o ano que vem, 120 hectares a mais que este ano, e chegar a 360 hectares de trigo irrigado. A ampliação de área acontece em função da rotação de cultura, da certeza de boa produtividade e, principalmente, de lucro, constatou o produtor que em 2003 colheu 60 sacas pro hectare da variedade Embrapa 42, que segundo ele, tem boa adaptação em solo mato-grossense.

O presidente da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), Aréssio Paquer, ressaltou a necessidade da cadeia produtiva ajustar de que maneira o trigo será cultivado em escala comercial para atender o mercado. Co a atual política do Governo Federal, é o mercado competitivo que tem que sustentar a produção e a tecnologia garantir a qualidade do produto. Na última safra o trigo ocupou em Mato Grosso uma área de 1.530 hectares onde foram produzidos 2.750 hectares.

PROTOCOLO DE INTENÇÕES - O pesquisador da Embrapa, Márcio Só e Silva, do Centro Nacional de Pesquisa de Trigo da Empresa Brasileira de Pesquisa e Assistência Técnica (Embrapa) de Passo Fundo, Rio Grande do Sul e o gerente de pesquisa da Cooperativa Central de Pesquisa agrícola (Codetec), Francisco Assis Franco, apresentaram pela manhã, resultados de pesquisas e ajustes tecnológicos realizados para o bom desempenho do trigo em Mato Grosso. Produtores e os representantes da industria, Moinho Mato Grosso e Moinho Rio Verde (Goiás) também já falaram de suas experiências no mercado.

Á tarde Mapa, Seder e Secretaria de Industria, Comércio, Mineração e Minas e Energia do Estado discutem a política de incentivos à produção. Em seguida, o coordenador do Zoneamento Agrícola do Mapa, Luiz Antônio Rossetti, fala dos critérios para a inclusão de Mato Grosso. Todos os envolvidos na cadeia produtiva no Estado discutem ainda os problemas do setor e por fim, elaboram e assinam o protocolo de intenções para a alavancar a cultura do trigo.


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