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Segunda, 27 de dezembro de 2004, 21h07

Produção de guaraná terá incentivo da Ambev


Ambev vai investir em pequenos produtores de guaraná do Amazonas


O Sebrae, em parceria com instituições como a Embrapa e a Ambev – Companhia de Bebidas das Américas, vão investir na produção de guaraná da amazônia. A cultura é uma prática milenar indígena da tribo Sateré Maué que há décadas vem sendo explorada pela população local, como também no beneficiamento sustentável feito por pequenos produtores do guaraná.

Até o ano que vem, 200 produtores de quatro associações da cidade de Maués, no Amazonas, e 50 produtores da comunidade indígena Orebi, vão ser beneficiados pelo projeto. Além disso, oito artesãos que fazem peças a partir de resíduos e sementes do guaraná e sete beneficiadores do produto também serão atendidos pelo projeto.

A cidade, de 40 mil habitantes, está localizada a 267 km de Manaus e possui pelo menos 3,5 mil produtores de guaraná. Segundo o consultor do Sebrae no Amazonas responsável pelo projeto, Wilson Rocha, os produtores serão capacitados para o melhor manejo e beneficiamento do produto. Outro objetivo do projeto coordenado pelo Sebrae é implantar uma cooperativa de beneficiadores do guaraná. “É preciso buscar novas tecnologias de processamento do produto para que haja maior poder de competitividade”, acredita.

Um acordo entre a Ambev e o Sebrae vai possibilitar o aumento da produtividade do guaraná em pelo menos 50%. “A empresa se comprometeu a doar entre 40 mil e 50 mil mudas para esses pequenos produtores. Isso vai incrementar ainda mais o trabalho deles”, afirmou Wilson Rocha.

Em média, cerca de 3,5 mil hectares são destinados ao plantio do guaraná, em Maués, ou seja, pelo menos um hectare por produtor, o que significa em torno de 400 guaranazeiros (árvore do guaraná) por área plantada. Cada árvore produz em torno de 200 gramas do fruto. Um estudo está sendo desenvolvido pelo Embrapa para aumentar a produção para 500 gramas com o “guaraná clonado” a partir de mudas selecionadas, sem necessariamente haver modificação no código genético.

“O guaraná produzido em Maués é muito bem aceito em outras regiões do País, principalmente em Mato Grosso para onde há o envio de cerca de 35 toneladas por ano, das cerca de 100 toneladas produzidas no município”, afirmou Wilson, enfocando que a maior produtividade é comprada pela Ambev para a produção de refrigerante.

Wilson explica que 90% da produção de guaraná é comercializada já beneficiada, ou seja, em forma de xarope, pó ou bastão (que é mais solicitado). O quilo do guaraná em rama custa em torno de R$ 8,20 e em bastão é negociado a R$ 14,00 o quilo.

O produtor Jorge Enaldo trabalha há 30 anos com a produção de bastão de guaraná e será um dos beneficiados pelo projeto do Sebrae. Enaldo consegue produzir em média 30 toneladas de guaraná em bastão por safra. Para tanto, sua empresa possui dez empregados.

Ele acredita que, com o projeto, sua produção aumente cerca de 30% até 2007. “Teremos mais conhecimento e tecnologia para aumentar a produção”, diz. Toda a produção de Enaldo é vendida para Cuiabá (MT).

Curiosidades

Produto típico da Amazônia, o guaraná tem grande importância econômica para a região como matéria-prima de refrigerantes (que absorve cerca de 70% da produção) e em forma de medicamento usado como energético ou para doenças do aparelho digestivo.

Com a produção de guaraná clonado, a cultura ganha em produtividade. Cada planta poderá atingir a produção de até 1,5 quilo contra os 200 gramas atuais, além de ficar mais resistentes à antracnose, causada pelo fungo Colletrotrichum guaranicola, e à praga Tripes que pode resultar na perda total da produção. Os clones apresentam ramos curtos, o que permite obter maior densidade de plantas por hectare.

A colheita do guaraná acontece uma vez por ano, entre os meses de outubro e novembro. Nos meses de maio a agosto é destinado ao processo de torrefação do guaraná. A primeira colheita do fruto do guaraná acontece nos primeiros dois anos de vida da árvore. O extrato do guaraná, produto que serve para a produção do refrigerante, é retirado da casca do fruto.


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