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Justiça e Direito
Quarta, 19 de abril de 2017, 12h37

MPE utiliza palestras, blitz educativa e peça teatral para falar sobre alienação parental


Você sabe o que é alienação parental? É com esta pergunta que a equipe da Promotoria da Infância e Juventude de Sorriso (421 km de Cuiabá) e estudantes de psicologia abordam - em dias agendados - motoristas que transitam pelas avenidas mais movimentadas da cidade. A blitz educativa tem o objetivo de levar informação para a população já que, segundo pesquisas, 90% das pessoas desconhecem o tema, apesar de grande parte já ter vivenciado ou presenciado as consequências e traumas gerados pela alienação, onde crianças e adolescentes são as principais vítimas em meio a separação dos pais.

"Eu não sabia o que era alienação parental, mas agora que o promotor me explicou eu percebi que já presenciei esta cena com parentes meus. Realmente quem sofre são as crianças no meio da briga dos pais. Agora que eu sei o que significa e vou repassar as informações para outras pessoas, a começar pela minha família", garante a dona de casa Dine Rodrigues, que foi abordada pelo promotor de Justiça, Márcio Florestan Berestinas, durante a blitz educativa.

E é exatamente esta a proposta do projeto "Reconstruindo Sorrisos – Por uma infância livre de alienação parental", implantado há um ano na Comarca de Sorriso, em parceria com o Poder Judiciário, a faculdade Unic e o município. Por meio de blitz educativas, palestras para alunos e professores, capacitação de voluntários, atendimento na promotoria e uma peça teatral que está sendo formatada, a proposta é disseminar o máximo possível a informação, sobre o que é alienação parental, quais as consequências, como prevenir e a quem procurar quando ela for constatada.

O trabalho começou ainda em 2015, quando a equipe da promotoria realizou uma pesquisa nos processos tramitando, à época, na Vara da Infância e Juventude. Em uma análise detalhada foram encontrados 72 processos judiciais em que existia alegação de alienação parental. Além disso, o promotor já havia constatado o número crescente de casos nos atendimentos feitos na sede da promotoria.

"As pessoas veem em busca de atendimento, no que diz respeito a separação e divórcio, e durante a conversa a gente acaba verificando que há indícios de alienação parental. Como verificamos que não havia nenhuma política pública no município, direcionada ao atendimento adequado a estas crianças e adolescentes vítimas de alienação parental, decidimos criar o projeto", relata Florestan

Nas palestras o promotor explica que a alienação parental sempre existiu, a diferença é que ela não era discutida, como vem sendo atualmente. Ele ressalta que a alienação acontece quando um dos pais da criança ou adolescente procura desmerecer o outro genitor diante dos filhos, menosprezando-o e tornando evidente as suas fraquezas, desvalorizando suas qualidades enquanto pai ou mãe e ser humano. Aos poucos esta prática vai se tornando ostensiva, impedindo o contato e rompendo os vínculos entre o alienado e os filhos.

Nathalia Marafon Izaton, que é estudante de psicologia e voluntária nas blitz educativas, destaca a importância do trabalho de orientação da população. "Quando fazemos a abordagem cerca de 90% das pessoas dizem que não sabem o que é alienação parental, mas quando começamos explicar a maioria afirma que sabe o que é, só não conhecia o termo. Elas ficam felizes com os esclarecimentos", assegura.

Além de palestras nas escolas, o promotor trabalha, ainda, na formação de multiplicadores. São professores e estudantes de psicologia que recebem informações para depois repassá-las. "Felizmente temos o apoio de professores e estudantes universitários, que são capacitados para levar informações aos pais, alunos e a comunidade em geral", explica Florestan, completando que o projeto "Reconstruindo Sorrisos" conta com uma página eletrônica (www.mpmt.mp.br/reconstruindosorrisos) onde é possível obter todas as informações sobre o assunto.

A acadêmica do curso de psicologia, Gesiane Aparecida dos Santos, que participou da palestra de capacitação na promotoria de Sorriso, aprovou a iniciativa. "Achei a proposta muito interessante. Além de informações, recebemos também uma cartilha explicativa. Apesar da maioria das pessoas desconhecer o termo alienação parental, essa prática é mais comum dentro das famílias do que se imagina. Agora nosso papel é repassar o que aprendemos aqui para a nossa família, vizinhos, amigos, comunidade em geral".

A próxima etapa do projeto consiste na apresentação da peça "Dividindo Eu", fornecida pelo grupo teatral catarinense Dionisos Teatro (https://www.youtube.com/watch?v=-tHddNk4Dn8) . O trabalho será feito em parceria com a equipe de teatro do Departamento de Cultura do município. "Vamos utilizar o teatro como maneira de instigar as pessoas sobre a reflexão destes problemas. Estamos trabalhando com prevenção e orientação. Nos casos em que a orientação não for suficiente faremos ajuizamento de ações para responsabilizar na forma da Lei 12.312 - a Lei da Alienação Parental - aqueles que tiveram incorrendo nesta prática, vitimando crianças", garante o promotor.

A quem posso denunciar?

Conselho Tutelar

Ministério Público - do seu Estado

Ministério Público do Estado de Mato Grosso - Pelo site da Ouvidoria

Ministério Público do Estado de Mato Grosso - Pelo telefone da Ouvidoria? Disque 127

Secretaria de Direitos Humanos? Pelo telefone Disque 100 ou envie sua denúncia para o e-mail ?direitoshumanos@sdh.gov.br

Poder Judiciário


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